sexta-feira, 18 de setembro de 2009

As diferenças de amores

Tanta foi a polêmica sobre o tema de família e amor entre seus membros que gostaria de estender (só um pouquinho, prometo) o debate.
Primeiramente não questionei o sentimento amor em sua plenitude, em todo o debate sobre família, valores familiares, e amor entre pais e filhos, questionei e questiono a validade do amor entre pais e filhos.
Este amor está contaminado por vários fatores:
i) Natural: todos os mamíferos possuem um sentimento forte entre a genitora e sua cria, este sentimento, podemos chamar de amor, instinto animal ou qualquer outro nome, precisa ser forte, precisa ser prazeroso, senão nenhuma mãe amamentaria seus filhos ou filhotes;
ii) Social: existe um padrão social e religioso envolto com a família, a sociedade cobra de todos fidelidade entre seus membros, este padrão traz problemas sérios internamente, já que são pessoas diferentes e que trazem muitos conflitos de convivência;
iii) Religioso: todas as religiões pregam a família, isto acontece para tirar a individualidade de cada um, é mais fácil convencer e enganar um ser que precisa preservar seus valores familiares que um ser sem laços fortes de grupo, ou família;
Em momento nenhum estou dizendo que não pode existir amor entre estes membros, claro que pode, com a convivência, o respeito, afinidade o amor pode prosperar. Questiono apenas a obrigação e a imposição social, religiosa e natural destes laços.
Já o amor entre um homem e uma mulher é diferente, ambos não tem nenhuma obrigação natural (seria apenas de sexo para reprodução ou prazer), social ou religiosa (poderia ter em épocas passadas, por isto mesmo o amor era mais difícil nestes tempos) de se amarem reciprocamente. A decisão de amar ou de adorar aquela pessoa é totalmente espontânea, individual e pessoal.
Quero afirmar, justamente pelos argumentos exposto, que o amor romântico de um casal é muito mais intenso, forte e emocional que entre pais e filhos. Talvez justamente por isto, ele acabe de forma mais rápida. Não existem obrigações de amar a ou b, é pessoal e, portanto vem muito intensamente e vai embora à mesma velocidade.
Não critico, nem jamais vou eliminar o sentimento “Amor”, critico a obrigação de existi-lo e que é muito comum nas famílias. Se a sua não for assim, ótimo, mas não analisem olhando para suas experiências pessoais. As idéias precisam ser debatidas pela razão, emoção traz sentimentos que se expressão pelos sentidos, e sentidos não são bons em descrever a realidade, nos enganam o tempo todo.
Outro ponto é a presença da emoção, jamais viveremos sem emoção, sem ela nada faz sentido, mas ela não deve ser objeto de avaliação nem de análise de nada, ela nos engana assim como nos traz satisfação. Nossas experiências pessoais não devem ser parâmetros para opiniões nem para desenvolvimentos de idéias universais, devemos sempre estudar os diversos aspectos das relações humanas ou físicas pela razão, pois ela nos deixa independente do objeto de estudo.
Ok, não vou fugir do tema inicial, tragam suas opiniões, abraços a todos com muita emoção.

9 comentários:

  1. Carlos,
    Concordo com muitas coisas que você escreveu. A primeira é que o “amor" entre membros de uma família deve ser voluntário e não uma obrigação, pois quando as pessoas são obrigadas a conviver começa a gerar um sentimento ruim e uma disputa entre os membros. Isto significa uma forma de destruição das relações humanas. A maior prova disto é o almoço familiar ao domingo... As idéias diferentes, as disputas por atenção e afeto, além da exposição de fraquezas emocionais... Isto gera as piores brigas. Posso disser que acredito na pressão social e religiosa por que interpreto como uma imposição de que toda família tem que ser feliz, mas isto na maioria das vezes é apenas uma imagem. Não acredito na obrigação do amor, pois quando não se ama abandona-se. Independente de quem seja...
    Em relação à pressão natural tenho duvidas se esta existe... Gostaria que me ajudassem a defini-la melhor e me dessem exemplos.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Digo, me desse exemplo da pressão natural no cotidiano das pessoas e não no reino animal. Gostaria que leva-se em consideração que os humanos têm a capacidade de dizer sim ou não a paternidade. Ele pode fazer isto utilizando o planejamento familiar. Logo, a pergunta é: SE os humanas tem a opção de escolha em termos de paternidade por que se submeteriam a pressão natural do amor ? Haveria mesmoooo esta pressão ou poderia defini-la como uma expectativa de amor??

    ResponderExcluir
  4. Muito bom comentário, tenho algumas coisas para falar.
    Você concorda comigo que o amor é construído atraves da relação entre as pessoas, afinidade, paixão, etc? Ou seja que o amor não pode ser criado do nada? Então é justamente disto que digo, no momento do nascimento de um filho não podemos ama-lo, não conhecemos este ser, não temos nenhuma referencia de sua consciência ou afinidades, este sentimento é puramente instinto animal natural de todo mamífero, necessário para perpetuação da espécie. Posteriormente poderemos ama-lo, claro, não discuto isto, ok?

    ResponderExcluir
  5. Como estamos discutindo sobre "amor" que não é um tema muito racional... rsrs... me do o direito de levar o tema um pouco para o lado emocional, apesar de ter pouco valor em uma discusão.RSRS!!
    Gostaria de dividir o amor na visão dos pais e dos filhos.

    1) pais: Considero que o amor dos pais em relação aos fillhos comece na ideia de ser pai e não apenas com a convivência. A expectativa e a ilusão desta relação de pai- filho é o começo deste amor. Não sejo como pressão natural e sim como desejo,ilusão ou tavez como uma exacerbação do estinto maternal.

    2) filhos: concordo que o amor cresça com a convivência , mas não pela obrigação de amar. Este amor é fruto de cuidados, segurança, ensinamentos, alimentação, atenção, aceitação ... SE a criança não obtiver estes sentimentos básicos ela dificilmente vai amor os pais. Desta forma, posso dizer que não vejo uma pressão natural em relação a pais-crias. Observo como uma relação de "mutualismo", ou seja , ambas as partes são fundamentais para a criação e sobrevivência desta relação.

    Moral da história: concordo em parte com seu ponto de vista. Acredito que o amor do filho em relação aos pais é criado pela convivência , mas nego que o amor dos pais em relação aos filhos seja uma pressão natural.

    Gostaria de deixar um desafio...
    vc consegui me explicar dentro desta sua visão de amor por pressão natural onde se enquadra o aborto, o abandono e o homicidio das crias ???.

    ResponderExcluir
  6. (Risos) vamos lá...
    Acho melhor conversarmos com um biólogo, acho que ele trará melhores exemplos que eu para te provar.
    Acontece que a maioria de nossas ações é movida por instinto, acho que menos de 10% da população realmente pensa, analisa e traz algo novo a sociedade, o resto apenas segue padrões, sejam emocionais ou instintivos.
    os exemplos trazidos por você provam justamente algum afastamento do instinto movido por algum outro sentimento forte, que poderia vir de problemas de aceitação social, problemas emocionais ou ate alguma razão no momento que não tem condições de educar uma cria, estas decisões são individuais e não cabe a mim julgar, cada caso é um caso. Mas uma vez coloco para você, não seja específica, seja geral, na natureza existem milhões de exceções que não destroem uma teoria, outra coisa não fuja do tema, em nenhum momento falei sobre amor de cria para pais, se quiser escreva um artigo sobre isto que terei prazer em comentar. Pode continuar a discussão, estou adorando pois você esta sendo racional. Maravilha.

    ResponderExcluir
  7. ha posso continuar fugindo do tema... rsrs... já que amor engloba uma serie de coisas... rsrs. Gostaria de ajuda para definir o amor entre pessoas do mesmo sexo ( homossexuais)? A pressão por este amor é totalmente ilógica em termos sociais e naturais , porque foge a todas as leis da natureza e da religião... e ai?? Cada vez mais a adeptos a este tipo de amor... tudo é exceção??

    ResponderExcluir
  8. Será que a natureza conseguiria explicar isto através dos feromônios??

    ResponderExcluir
  9. O homosexualismo ainda não foi definido pela ciência, por isto não posso comentar, existem 2 caminhos, ou será psicológico ou alteração nos genes, enquanto não for definido somente podemos conjecturar. Mas a especie poderia criar desejos pelo mesmo sexo de forma natural por alterações nos genes, não vejo problema nisto, se estes seres que sofreram mutação continuam procriando, estes genes mutados por continuar na espécie.

    ResponderExcluir