quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Chegou o Natal

Sei que tem muita gente esperando este texto, imaginando as barbaridades que relatarei sobre a festa mais importante do mundo ocidental. Mas uma vez não tenho medo deste desafio e espero que novamente não tomem minhas ideias como algo pessoal, já que passei o Natal com minha família como todos vocês. São apenas divagações sobre temas variados. Outra coisa, não vivo por ai criticando todos ou tudo a minha volta, deixo isto somente para o blog, tudo tem sua hora e a da critica é aqui, kkk.
Vou começar leve desta vez e falar sobre o lado bom desta data. O natal é tempo de encontrarmos pessoas queridas, não posso criticar isto. Muita gente vem de longe para reencontrar amigos, familiares e pessoas nas quais têm afinidade e celebram com elas o sentimento comum de amizade.
Entretanto não posso deixar de criticar as besteiras que ouvimos e fazemos durante o Natal.
Presentes: apesar de gostarmos de ganhar presentes, vamos admitir, eles não são uma boa razão para nos reunirmos, acabamos gastando o dinheiro que muitos não têm, somente para satisfazer um capricho capitalista. De acordo com relatos, o Papai Noel foi criado em 1886, por um cartunista chamado Thomas Nast, ou seja, em pleno desenvolvimento econômico capitalista. Alias, varias datas foram criadas para incentivar o consumo, dia das mães, dia das crianças, dias dos pais, entre outras. Recebemos e damos presentes e nem sabemos o porquê. Outro aspecto seria o de dar presentes às crianças simplesmente por dar, sem razão alguma e demonstrando para elas que não se precisa lutar para conquistar as coisas, é só pedir que papai dar, terrível!!!
Religião: muitas pessoas celebram o natal como um encontro familiar e não para comemorar o nascimento de Jesus, na verdade por estudos das histórias descritas na própria bíblia, Jesus nasceu na primavera provavelmente entre abril e maio, portanto não estamos comemorando o nascimento do mesmo em 25 de dezembro. Não vou entrar na discussão religiosa, nem sobre os absurdos de se acreditar num livro chamado Bíblia, nem de outro absurdo de se acreditar que nasceu um ser humano há 2 mil anos atrás que se dizia filho de Deus. Deixa para lá, cada um acredita no que quer.
Ajudar ao próximo: as pessoas que celebram o natal como o nascimento do filho de Deus deveria repensar melhor suas atitudes nesta data, Jesus dedicou sua vida aos outros, repartiu o que tinha com todos e, portanto não nutria nenhum sentimento egoísta de ter. Posso abrir um parêntese, só um, prometo: sou egoísta mesmo, e não vejo nada de errado nisto, cada um precisa cuidar de sua própria vida, quem precisa de ajuda é justamente aquele que não consegue ter coragem para seguir em frente e não pode ser ajudado senão nunca vai sai dali. Voltando ao tema, muitos passam o dia celebrando com a família com muita fartura, enquanto o principal motivo de celebração, dizia justamente o contrário: ame o próximo como a si mesmo. Temos que pensar nisto, não?
Família: reunir toda a família é bom, mas também é um saco às vezes, tem muitos parentes que são um saco, adoram fofocar sobre a vida alheia e o natal é um prato cheio para estes. Perguntam sobre sua vida somente para depois espalhar boatos. Não são casos particulares, acho até que minha família é diferente neste aspecto, por ser muito pequena, estou generalizando novamente. Família é bom, mas próxima demais é um aborrecimento só, pois tentam a todo momento dirigir nossas vidas. Este fato é cultural, em outras culturas o laço familiar é rompido cedo e não acontece isto, principalmente nos EUA e Europa.
Amigo secreto: caramba, tem coisa mais chata que isto?
Bem, depois de falar muita coisa ruim sobre esta data preciso me redimir um pouco, sem estas datas a vida seria uma droga, sem a ilusão e sem emoção a vida não tem graça, então esqueçam tudo que eu disse e se divirtam no natal e celebrem muito com as pessoas que gostam por estarem vivos e com saúde para buscar seus sonhos.
Feliz natal

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Feliz Ano Velho

Este texto foi publicado no ano passado, mas achei interessante coloca-lo novamente no blog. Quanto ao Natal, vou pensar um pouquinho e soltar a bomba na semana que vem. Segue minha maneira de desejar bom fim de ano a todos.

Na verdade o intuito deste artigo é falar um pouco sobre os sentimentos e desejos que surgem sempre ao fim de cada ano e início de outro.
Como um questionador de tudo e principalmente dos padrões sociais, sempre tive muita ressalva nas comemorações natalinas e de fim de ano. Parece-me que trata-se de algo tão enraizado em nossa sociedade e que muitas vezes nunca nos perguntamos sobre porque agimos assim.
Gostaria muito de criticar o Natal, tenho muita coisa para falar sobre esta festa cristã, mas vamos deixar para um outro artigo, pois acho que irá gerar muita polêmica por tocar no assunto “fé” e religião.
Vamos falar sobre o ano novo, sobre os sentimentos de renovação e esperança que todos tem nesta época do ano. As pessoas ligam para as outras, desejam feliz ano novo, falam sobre seus sonhos, sobre uma vida melhor.
Vida melhor? Para que? Se estamos vivendo de forma sensata na busca de nossos sonhos e felicidade, já estamos vivendo no clímax. Quem vive de verdade não precisa de vida melhor; deseja pelo menos que as coisas continuem assim. Sabe por quê? Porque quem vive sua vida com coragem, vive intensamente seus momentos, não os deixam para depois, viveu e vive tudo que poderia, não tem porque ter esperança em nada nem imaginar nada melhor do que o presente. Nada é mais importante que o presente, é nele que vivemos e que podemos mudar e alterar os rumos, somente mudamos o presente, não esqueçam isto.
Este sentimento de esperança numa vida melhor é falso e deve ser abolido de nossa cultura, sempre espera-se a virada do ano para mudar algo, para criar algo, para pensar em algo, e na verdade, deveria ser para avaliação, para calcular a que distância que estamos de realização de nossos sonhos, e sobre se os rumos tomados estão os corretos ou não. Neste momento dever-se-ia ficar triste, alegre ou desapontado com a falta de coragem de buscá-los.
Quem deixa para depois algo tão importante quanto seus sonhos não está preparado para mudar e transformar sua vida, quem espera data para mudar não mudará nunca, para mim isto é muito claro. Um ano novo é somente mais um ano de vida e pronto, se for para comemorar o ano que passou eu concordo, vamos festejar os sonhos alcançados, as realizações, as buscas, as lutas, os momentos de conquistas. Pensando bem, sugiro mudarmos o conceito de ano novo para ano velho e sugerir a vocês que é mais importante comemorar as conquistas que ter esperanças.
Ano novo não deveria ser motivo de alegria e festas, e sim de reflexão sobre o rumo que estamos tomando, na verdade deveríamos fazer isto diariamente e não a cada 365 dias, mas se nossa cultura escolheu este dia, que seja de debate, de questionamentos, de pura filosofia, as festas deveriam ser substituídas por reuniões e análise interior. Estamos buscando nossos sonhos? Que rumo estamos seguindo? E mais importante, estamos fazendo o que para melhorar o mundo a nossa volta?
As festas são justamente para esconder tudo que deveríamos estar buscando, quando há festas há alienação, pois não há reflexão. As festas servem para nos enganarmos, para não analisarmos e percebermos que estamos jogando fora nossas vidas no cotidiano e nos afastando de nós mesmo e dos nossos sonhos.
Quem tem esperança não tem coragem, esperança é para aqueles que não têm coragem para mudar, ou seja, para os fracos; nunca gostei desta palavra, ela não tem uma conotação boa, esperança sugere espera, quem quer alguma coisa precisa ir à luta, precisa batalhar. Ninguém e nada fará as coisas acontecerem por mágica, chega de esperança, precisamos de coragem, esta é a palavra de ordem.
Momentos de alegria deveriam ser diários, se precisamos de uma data para isto, não estamos aproveitando nossas vidas.
Vamos comemorar as conquistas!
Viva o Ano Velho