segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Ignorância é felicidade?

Durante este último final de semana, eu e meu amigo Nunez tivemos um bom debate sobre o tema acima, e, portanto gostaria de ampliá-lo através do Blog.
A busca pela felicidade é realmente um tema complexo e de pouca discussão filosófica, apesar de sua importância para a vida humana, parece que os filósofos consideram este assunto individual e não coletivo, portanto não merece ser estudado pela filosofia.
No entanto vamos discorrer um pouco sobre ele, não que tenhamos a pretensão de descobrir, se ela existe, a resposta, mas apenas para focar no ponto levantado de que o conhecimento traz infelicidade.
Seria possível alguém ser livre ou feliz sem conhecer a realidade aonde vive? Será que esta felicidade é duradoura? Considero que esta felicidade é apenas passageira, pois vai até a descoberta de um desejo novo, mesmo no ignorante. O homem tem a razão, qualquer um, e, portanto não pode viver na ignorância eternamente. Sem conhecimento o Homem se torna escravo da felicidade ilusória e, portanto infeliz, pois não tem idéia de seu potencial nem do que realmente é felicidade. A falta de conhecimento somente pode gerar infelicidade num prazo mais longo.
Vamos fazer uma alusão a nos sentirmos saudáveis, podemos dizer que estamos saudáveis, mais sem conhecimento nem exame do que estamos falando, provavelmente cometeríamos um erro grave, pois na verdade poderia haver um câncer ainda não detectado.
Acredito que não pode haver felicidade sem liberdade e liberdade pressupõe conhecimento sobre nós mesmos e da realidade a nossa volta.
Vamos abordar outro aspecto da felicidade que seria a sensação de nos sentirmos felizes, será que poderíamos chamar isto de felicidade? Coisas como prazer, êxtase, alegria podem ser associadas à palavra "felicidade"?
Todos associamos a palavra felicidade a este estado de satisfação ou de contentamento, que na verdade relacionamos com um estado de perenidade ou equilíbrio dos desejos, no entanto aqui começa minha maior discordância: um indivíduo satisfeito é um ser escravizado e resignado as limitações da vida, uma vida assim costuma ser comparada com a vida dos animais em geral, meu cachorro, por exemplo, deve ser muito feliz, já que satisfaço todas as necessidades dele, como comida e afeto.
Vamos ilustrar melhor a figura descrita acima, digamos que fosse inventada uma pílula que transmitisse a você um estado de tranqüilidade duradoura, esta tranqüilidade é apenas um estado de satisfação, mas de que com a tese da "Ignorância traz felicidade" este indivíduo estaria constantemente em estado de felicidade, mesmo que artificialmente induzido, não acham?
Quero demonstrar com isto que a felicidade deve ser distinta do estado de satisfação, senão poderíamos enganá-la o tempo todo, senão ela seria vulnerável e subjetiva. Viver criando um estado de satisfação ilusório, já que a natureza humana não é assim, é viver numa auto-ilusão que será destruída através da realidade do dia-a-dia.
Se a felicidade pode surgir de imaginação ou de um estado de espírito, então não foi real, foi criação de sua mente, foi ilusória. Devemos separar felicidade e satisfação, são claramente distintas.
Concordo que felicidade pode ser um sentimento, um sentimento de escolher as coisas certas, reais no momento certo, assim torna-se duradoura, pois surgiu do seu "eu", da realidade individual sobre nós mesmos e sobre o ambiente externo.
Prefiro acreditar que a felicidade está baseada na condição humana de estar em harmonia com nossas virtudes que somente podem ser alcançadas através da busca da compreensão de nós mesmos e do mundo, nesta busca, a confiança que vamos adquirindo sobre nossas pontecialidades nos tornam mais fortes, confiantes e consequentemente felizes.
Felicidade é estar contente consigo mesmo.
O que acham?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Individualidade (para os psicólogos de plantão)

Caros, estou aqui pensando: a individualidade não existe? Somos parecidos demais, nossos desejos são extremamente comuns e sociais. Estou aqui lendo um livro sobre linguagem, ora até nossa forma de pensar e de se expressar é coletiva e totalmente socializada. Se quiséssemos simplesmente querer pensar diferente do próximo não conseguiríamos. Nosso raciocínio é baseado em nossa linguagem, este é voltado à forma de expressão, e em como meu interlocutor irá entender e refletir sobre algo. Buscamos esta individualidade, mas ela provavelmente não funciona como gostaríamos que funcionasse. Então o que é o "Eu” (do psicólogo) ou o "Ser" (do filósofo)? Vamos discutir mais este assunto, acho extremamente importante, sem a busca da definição do "Ser", como podemos nos sentir vivos?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Capitalismo x Socialismo

Caros amigos faz tempo que não escrevo nada, vamos tentar postar mais comentários, no mínimo 1 por semana para podermos debater e iluminar nossas mentes e exercitar nossos neurônios.
Desta vez gostaria de conversar sobre um assunto polêmico, principalmente nos dias de crise atuais, aonde relato alguns pontos positivos e negativos de cada regime econômico (uma síntese é claro).
É muito fácil bater e falar mal do capitalismo, pois a liberdade gerada por este regime traz conseqüências nem sempre agradáveis, ou seja, a liberdade nos traz responsabilidades que pressupõe maturidade, muitos países que se dizem capitalistas, na verdade, nunca chegaram nem perto. Capitalismo indica liberdade de escolhas, liberdade de mercado que nunca aconteceu em aproximadamente 80% dos países do globo.
Digo que o capitalismo é a via mais difícil, no socialismo o discurso de bem estar social e aumento do gasto público é bem aceito pela população, pois traz benefícios imediatos, e problemas somente no futuro, a falta de competitividade e aumento do estado traz problemas no longo prazo, como desemprego, falta de investimentos privados e consequentemente produtos inferiores que não sofreram concorrência.
No capitalismo o governo deve diminuir sua influência sobre a sociedade, não é papel de este agente influir na economia (somente em setores estratégicos). O governo somente é responsável pelos serviços essenciais e como principal regulador. Já imaginaram o papel de um governante num modelo realmente capitalista, ele deve pregar o fim do investimento público na sociedade e mais liberdade e competitividade na economia, no entanto na maioria dos países em desenvolvimento a falta de recursos e investimentos para a população mais pobre, faz com que este discurso torne inviável uma eleição potencial de um candidato liberal.
É difícil para nós entendermos num primeiro momento, mas a liberdade do capitalismo traz mais benefícios a longo prazo que os discursos socialistas, a competitividade e a liberdade do mercado econômico geram renda, emprego e crescimento econômico e social. As provas disto estão pelo mundo, quanto mais liberdade de mercado mais desenvolvimento social a longo prazo, quanto menos estado mais a sociedade para de esperar uma ajudinha governamental e sai um busca de seu próprio desenvolvimento. Países como Inglaterra, EUA, Holanda, França, Japão, Alemanha são provas disto.
A crise atual deve ser levanta em conta nesta discussão, mais antes vou traçar um paralelo entre o capitalismo, as leis da natureza e o modo de vida dos seres vivos em nosso planeta (começou a filosofia).
Pela Teoria de Evolução os seres vivos vivem e se multiplicam seguindo uma seleção natural dos mais aptos e mais adaptáveis ao ambiente externo, ora, não é exatamente o que acontece num livre mercado? O capitalismo segue os mesmos princípios que regem nosso meio ambiente e no fundo, nós mesmos. E, portanto, as crises e saltos de evolução são partes deste processo, o que é importante ressaltar é que os avanços obtidos nos momentos de acumulação são muito maiores que os ajustes em momentos de crises. (ainda vou escrever um artigo sobre isto "As Correlações entre capitalismo e darwin")
Apesar de achar que esta crise atual decorreu muito mais de processos intervencionistas do estado na economia do que falhas dos próprios agentes econômicos, não quero me alongar muito nisto. No entanto as crises fazem com que idéias atrasadas, de pessoas autoritárias e de caráter intervencionista, não somente na economia mais também na liberdade individual de cada cidadão, floresça e o aumento a influência do estado e consequentemente do poder destes também. Nenhum governante que gosta de poder, tem simpatia na idéia de deixar o mercado seguir seu rumo sozinho, é muito poder na mão da sociedade e perda de poder do estado, não acham?
Esta discussão é muita boa e salutar, gostaria de ouvir comentários dos leitores sobre isto e suas idéias e soluções. Gostaria de ouvir sobre como seria o capitalismo daqui para frente, o que acham?