quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Fim da Astrologia

Finalmente algum cientista corajoso resolveu colocar um fim nesta estupidez.
Vamos explicar melhor o fato, de acordo como foi publicado na revista Veja desta semana, o astrônomo Parke Kunkle provou que o alinhamento dos astros quando foi formado o zodíaco há 3.000 anos atrás, muda e não é mais o mesmo atualmente, segue um resumo:
1) Para determinar cada signo, observa-se qual é a constelação alinhada com o trajeto aparente do sol no céu. Os astrólogos antigos observaram que o sol faz um círculo em torno da terra durante um ano (depois, descobriu-se que é o contrário) e que em cada período ele aparentemente coincide com uma constelação no universo. As pessoas têm signo referente ao conjunto de estrelas alinhado com o sol na data em que nascem;
2) Astrônomos, porém, afirmam que a relação feita entre as datas não é mais correta. A posição do eixo da terra mudou devido a força gravitacional do sol e da lua. Ao fenômeno, dá-se o nome de precessão. Tal oscilação faz um círculo do eixo, que realiza uma volta completa, retornando ao ponto inicial a cada 26.000 anos. Como consequência, o ponto de vista terrestre em relação ao cosmo é alterado constantemente;
3) A precessão desloca as estrelas em relação ao trajeto aparente que o sol faz no céu que vemos a olho nu. Assim, alteram-se as datas de alinhamento de cada signo e outra constelação deveria ser incluída no zodíaco, a de Serpentário.
Novo quadro de signos descoberto pelo astrônomo americano Parke Kunkle:


A histórica do zodíaco começou a aproximadamente 300 séculos atrás quando o homem era esmagado pelo imensidão do firmamento e em meio a escuridão não sabia explicar nem decifrar aquela infinidade de estrelas. Em pleno século XXI, com todas as ferramentas racionais que temos a humanidade ainda se deixa escapar, magnetizar e intrigar pela astrologia.
Imaginem agora como ficaram os astrólogos, terão que explicar a seus seguidores que eles não são mais de câncer e sim gêmeos. Realmente não queria estar na sua pele agora. Desde que foi publicado o artigo há 2 semanas muita coisa aconteceu. O pior é que depois de publicado o estudo, provado cientificamente, tem pessoas que não aceitam e dizem que não vão mudar de signo, e os astrólogos não sabem o que dizer, muitos estão calados esperando para ver.
Se a astrologia tinha alguma verdade, porque não passava em nenhum teste de aferição empírica? Os testes empíricos anunciam de forma direta e transparente a realidade e suas fragilidades. Como exemplo temos uma citação de Charles Darwin “apresentem-me um único ser vivo que não teve antepassado e toda minha teoria pode ser jogada no lixo”, agora imaginem um astrólogo falando “Apresentem-me uma única previsão astrológica que não tenha se concretizado e rasgo meus mapas astrais”.
Parece mesmo que temos um problema psíquico para acreditar nestas coisas, de acordo com o psicanalista Paulo Gaudêncio, o homem busca o sobrenatural, mesmo quando sabe que ele não existe e prefere acreditar no mágico, no divino e na fantasia do que optar para uma zona de conforto.
Vamos parar de olhar constantemente para o céu e tomar coragem para perceber que a vida é na terra, aqui e agora.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Tragédia no Rio de Janeiro – Vitória da natureza

Vamos inverter os papéis e tentar enxergar as coisas de um outro ângulo, o homem é um ser destrutivo, predador e egoísta. Digo egoísta porque nos achamos especiais e com o direito de devastar áreas naturais, derrubar árvores, matar animais silvestres e construir casas onde bem queremos.
Vendo algumas imagens da “tragédia” podemos perceber o quanto o homem é destruidor, boa parte da floresta de mata atlântica da região tinha sido ocupada, devastada e transformada apenas em mais um local de moradia para o animal humano, insaciável.
Percebe-se que áreas totalmente impróprias para construções foram utilizadas, locais de encostas e margens de rios, ou seja, destruição total da flora de uma área belíssima.
Devastamos milhares de árvores, de flores, poluimos rios, matamos peixes, caçamos animais, destruímos lugares de ricos ecossistemas e quando a natureza reage, somente pensamos em nós mesmo. É difícil nos julgarmos, não é?
Vidas foram perdidas, não estou sendo indiferente a elas, mas matamos inúmeras vidas quando povoamos aqueles locais, vidas de seres vivos que também tem o direito de viver, ou o ser humano é mais importante?
Jesus não tinha ideia disto, mas quando deixou na sua biografia (Bíblia) que fomos feitos a imagem e semelhança de Deus, criou uma espécie de praga para o planeta. Nos achamos tão especiais por causa disto que não temos vergonha de assumir que temos o direito sobre a terra, somos “inteligentes” e não podemos nos comparar com os outros seres vivos. Nossa, quanta pretensão.
Vamos agora viajar um pouco e imaginar que a fauna e flora também pudessem publicar jornais e filmar as barbaridades que fizemos com aqueles locais. Imaginem as imagens das árvores centenárias, de mais de 30 metros, sendo derrubadas para abrigar mais humanos, imaginem uma jibóia sendo esfaqueada por moradores locais orgulhosos de sua coragem por matar um animal tão perigoso e imaginem os peixes morrendo por falta de oxigénio nas águas poluídas por nossos dejetos.
Não estou me excluindo disto tudo, sei que vivo neste meio e que sou também responsável por esta destruição. No entanto não posso deixar de perceber algumas coisas e de ficar calado.
Vejo as imagens como uma vitória da natureza, como uma vitória da fauna e da flora local que agora terão mais espaço para continuar vivendo em harmonia.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Almas sem rumo

O mundo vive um dilema sem precedentes na história humana: a falta de ideais, a falta de objetivos, a falta de rumo. Não sabemos mais para onde ir, nem aonde chegar, e este desnorteio surgiu justamente após a conquista do bem maior alcançado pelas sociedades modernas: a liberdade.
O homem não é um ser domesticável, não aceita as coisas do jeito que são, sempre busca mudar, melhorar e desenvolver o ambiente que vive. Porém, quando mudamos, incomodamos muita gente e geramos conflitos, revoltas, guerras e revoluções. Assim a historia humana se desenvolveu, assim conquistamos continentes, nos aventuramos no espaço, desenvolvemos tecnologia e atingimos um certo grau de convivência social pacífica.
Atualmente é permitido qualquer tipo de discordância, todos podem dizer o que pensam, temos excesso de liberdade. Nas sociedades modernas somente mudamos as coisas pelo voto, pela democracia, ou seja, pela maioria. No entanto, conquistar a maioria é bem complicado, precisa-se conquistar primeiro os meios de comunicação em massa e isto é bem mais complexo. Não se mudam mais as coisas pela minoria insatisfeita. Mudanças e revoluções não são feitas por conversas, pelo menos, nunca foi até hoje.
As revoluções atuais terão que ser feitas aos poucos, conscientizando as pessoas e isto é desgastante e difícil. Na maioria das vezes os revolucionários desistem, eles não se sentem dispostos a mudar algo tão demorado e complicado. Consequentemente estamos sem visionários no mundo, pessoas que mudam eras e sociedades, que pensam a longo prazo e que não seguem a ordem vigente, estão em extinção. Pobre mundo que vivemos.
O capitalismo venceu, a liberdade venceu e o mundo ficou um tédio. Sem disputas, sem debates, sem discussões e por que não, sem guerras por ideais, o mundo ficou empobrecido. Estamos sem rumo. Não lutamos mais pelas coisas, parece que tudo ficou tão fácil e, ao mesmo tempo, tão difícil. Aceitamos as coisas como se fossem determinadas, não questionamos, não indagamos. Infeliz mundo que vivemos.
Sem ideais, não sabemos para onde vamos, vivemos uma vida determinada pelo poder maior, pela ordem social. Revoltas não são mais aceitas, ninguém mais briga por nada, parece até vergonhoso questionar, chamam de estressado. Coitado mundo que vivemos.
Como mudar isto? Não sei, mas temos que encontrar uma forma, do jeito que as coisas estão, não dá. Onde estão as palavras que mudaram a história humana? Cadê a coragem? Onde foi parar a virtude? Alguém sabe por onde anda a justiça? Sem ideais ficamos sem rumo. Sem lenço nem documento.
Quem se aventura a encontrar um caminho e se tornar parte da história?

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A carta de um viajante solitário

Para minha total surpresa, recebi um presente que não esperava neste Natal de minha mãe.
Durante a celebração ela leu uma carta que enviei a ela quando estava morando na Europa, a carta data de 01/06/1996, e para a surpresa de todos vejam só o conteúdo da mesma.

“Minha Mãe,
Resolvi escrever esta carta num momento muito particular. Estou sentindo que todas as energias estão a meu favor.
A todo o momento, minha mãe, eu sinto uma energia muito forte ao meu lado, me acompanhando e dizendo para mim que eu estou no caminho certo.
Eu estou escrevendo esta carta sentido esta força.
Eu estou muito feliz, estou me sentindo vivo, cheio de energia e com forças para enfrentar qualquer coisa.
A cada dia acontece algo novo, a cada dia eu aprendo alguma coisa nova, a cada dia a vida se mostra mais e mais bonita para mim.
Se você me perguntar agora o que eu vou fazer ou como estará minha vida daqui a um mês, eu direi para você: eu não sei. Porque eu confio no mistério da vida e estou aprendendo a viver com ele, estou perdendo completamente o medo do amanhã.
Sabe, minha mãe, para te falar a verdade é justamente por mim e ninguém no planeta saber o que ocorrerá amanhã é que a vida é maravilhosa. Eu amo a vida e confio nela.
Estou evoluindo a cada dia, meu espírito se sente melhor a cada dia.
O Carlos esta aprendendo a confiar nele, e está descobrindo que ele é capaz de qualquer coisa.
O mais importante nesta viagem não era conhecer o mundo, era justamente testar se o Carlos era capaz de fazer qualquer coisa para realizar seus sonhos.
Eu sempre disse para mim mesmo que as pessoas são o que elas querem ser, pois isto está certíssimo.
De agora em diante o Carlos vai fazer o que ele quer, o que seu coração mandar.
Sabe, existe uma grande diferença entre o que sua cabeça e seu coração diz. Nosso coração fala! Eu estou aprendendo a ouvi-lo.
As pessoas vivem em países diferentes, em culturas diferentes, em sociedades diferentes, mas no fundo, são todas iguais. Eu conheço uma pessoa diferente a cada dia e percebo isto. Como o mundo é pequeno, minha mãe, e como é maravilhoso saber que as diferenças existem e como elas são importantes.
SOMOS TODOS IGUAIS FAZENDO AS COISAS DE MANEIRA DIFERENTE.
Mas uma coisa é certa, estamos todos vivos graças ao amor de um ser muito especial, eu estou começando a sentir este amor de uma forma mais intensa.
O nosso destino é simplesmente perseguir este amor, onde nós encontrarmos sinal deste amor saberemos que estamos no caminho certo.
De algum lugar do universo para você,
De seu filho Carlos”

O mundo dá voltas mesmo, apesar de mudar um pouco minha forma de enxergar o mundo hoje, esta paixão por tudo a minha volta continua. Esta criança que se deslumbra com as coisas nunca vai morrer dentro de mim.