quinta-feira, 25 de junho de 2009

Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita – Proposições 2º e 3º

Dando seguimento ao tema “liberdade humana” aonde começamos com a 1º de 9º proposições de Kant, descrevo abaixo um resumo das proposições 2º e 3º. Quem ainda não leu a 1º favor dar uma olhada nos artigos anteriores para melhor compreensão. Vocês podem perceber, abaixo, que Kant acredita no desenvolvimento contínuo da razão humana e das relações sociais.
Posteriormente estarei enviando as proposições seguintes da 4º a 9º.

Segunda Proposição

Como o homem é a única criatura racional no planeta, a disposição natural, ou seja, a razão ou finalidade de sua existência somente poderia ser voltada para o uso desta razão, no seu desenvolvimento e na sua amplitude.
A razão permite ao Homem ampliar suas capacidades naturais, muito além de seus instintos, e o torna um ser sem limites para o desenvolvimento de seus projetos. No entanto esta razão não é completamente desenvolvida, ela precisa de tentativas e exercícios para progredir e atingir um grau completo desta disposição natural da espécie.
Para isto o homem, como individuo, precisaria de uma vida muito longa para atingir este grau completo da razão. Então a natureza lhe tirou esta prerrogativa egocêntrica e lhe impôs uma visão coletiva para o total desenvolvimento da razão na espécie humana. A espécie necessita de uma série, talvez indefinida de gerações, para atingir a plenitude destas prerrogativas, sempre transmitindo de uma geração a outra, certo grau de desenvolvimento. Neste momento percebemos que Kant tem uma visão desenvolvimentista para a espécie humana, para ele a espécie está sempre em evolução para cima, ou seja, sempre buscando um grau a mais na adequação de seu propósito máximo.

Terceira Proposição

Nesta proposição, percebemos claramente a separação do homem dos outros animais, enquanto os outros seres vivos da terra buscam a satisfação no suprimento de seus instintos naturais, o homem não pode atingir sua felicidade sem o desenvolvimento completo de sua razão, livre totalmente de seus instintos. Enquanto percebemos que outros animais possuem dotes mais desenvolvidos para o desempenho dos instintos naturais, o homem é um ser frágil dotado apenas de sua razão para guiá-lo no seu modo de pensar. Portanto a natureza não forneceu ao homem os meios adequados de obtenção dos instintos naturais, não lhe forneceu garras, chifres ou meios adequados para satisfazer seu instinto de fome, pelo contrário dificultou sua possibilidade de uma vida tranqüila.
A natureza sensatamente buscou dificultar sua vida com o meio e com isto desenvolver outras disposições que elevasse o homem no exercício de desenvolvimento de sua própria razão.
Como isto o homem somente atingirá sua felicidade, sua potencialidade máxima com o desenvolvimento da espécie em gerações futuras, as gerações passadas apenas serviram de base para que a espécie atinja sua plenitude as gerações futuras. Os seres individuais são mortais, mas a espécie é imortal.

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