terça-feira, 10 de agosto de 2010

Cachorros de Palha – Capítulo 1 – O humano

Gostaria de destacar que o local das reuniões da LV está sendo preparado, acho que a partir de outubro poderemos ter nossas reuniões quinzenais com muito vinho. Sugiro que este livro seja base das primeiras reuniões, ou talvez seja muito determinista para um começo, vamos ver. Neste capítulo o autor destrói a espécie humana, olhem o primeiro parágrafo:
“Atualmente, a maior parte das pessoas pensa que pertence a uma espécie que pode ser senhora de seu destino. Isso é fé, não ciência...”
O que o autor quer dizer é que espécies, como os humanos, por exemplo, são aglomerados de genes interagindo aleatoriamente com o ambiente e, portanto não é senhora de seu destino, quem determina sua existência não é seu cérebro nem seu conhecimento.
Humanismo é uma crença no progresso e acreditar nisto é imaginar que os humanos podem se libertar dos limites que constrangem a vida de todos os seres vivos da terra. De acordo com o autor embora o conhecimento humano continue a crescer, o animal humano permanecerá o mesmo: uma espécie inventiva mais também predadora e destrutiva.
A crença no humanismo não possui relação com Darwin, já que não há progresso na teoria da seleção natural, apenas adaptabilidade, ela traz a crença do controle que é apenas uma visão secular do cristianismo, ou seja, os humanistas tentam mais não conseguem se separar de seu maior inimigo. O destino das espécies é determinado por mutações que não são feitas de forma consciente por nenhum Deus, acontecem aleatoriamente e não podem ser controladas.
O homem se espalhou pelo mundo e tornou-se uma espécie patogênica, ou seja, que tem contribuído para a destruição do mesmo. De acordo com Lovelock existem quatro possíveis conseqüências da primatemaia disseminada de alguma espécie em relação às outras:
1) Destruição dos organismos patogênicos
2) Infecção crônica
3) Destruição do hospedeiro
4) Simbiose (duradoura relação de benefício mútuo entre o hospedeiro e o invasor): esta é a menos provável, a humanidade jamais iniciará uma simbiose com a terra.
No entanto para o autor a destruição do organismo patogênico, o homem no caso, se dará justamente pela via mais valorizada hoje em dia, a tecnologia. As novas tecnologias de destruição em massa são baratas e o conhecimento incorporado é gratuito. É impossível impedir que se tornem cada vez mais facilmente disponíveis.
O que o autor quer demonstrar é que o homem jamais dominará a terra, e sua atividade predatória irá destruí-lo de uma forma ou de outra. A ciência e o conhecimento não possuem ética, este não é seu papel, portanto o acúmulo de conhecimento e tecnologia irá proporcionar ao homem formas de se autodestruir. Outra coisa interessante é que a natureza já tem buscado sua forma de se proteger do homem, a queda vertiginosa na taxa de natalidade em grande parte do mundo já pode ser considera uma resposta para infestação de humanos no planeta.
Escrevi uma vez sobre o início do processo de extinção do homem, vale à pena dá uma olhada: http://ligadavirtude.blogspot.com/2009/06/seremos-todos-cyborgs.html
Pode parecer duro, mas se nos livrarmos desta visão de Deus que nossa cultura nos impregnou podemos enxergar exatamente o que diz o autor, o homem é uma espécie sem controle e destruidora atualmente e não irá mudar isto, pois não evoluiu em ética ou moral, apenas em conhecimento. Ele termina o capítulo justamente com a frase:
“Céu e terra não têm atributos e não estabelecem diferenças tratam as miríades de criaturas como cachorros de palha”

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