segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nada é de graça

Acho que este texto vai irritar muita gente, por isto vou tentar ser o mais cauteloso possível, no entanto não sou politicamente correto e, portanto vou acabar sendo rude em alguns momentos. Peço ao atencioso leitor que foque apenas nos argumentos e não na forma como será exposto. Antes de começar com meus argumentos gostaria de falar que este texto é genérico, não refere-se a minha pessoa ou em nada específico, portanto as críticas não devem se basear em minha pessoa e sim aos argumentos propostos, obrigado.
Nada é feito sem interesse, ou seja, nada é simplesmente de graça. Todos suprimos algo quando realizamos uma ação, seja financeiro, seja emocional, seja alguma carência, ou seja simplesmente para satisfazer algum desejo. Nossas ações, sejam lá qual forem, não são desprovidas de algum interesse, nada é feito somente por amor ou qualquer outro sentimento mais nobre ou por algo divino, ou seja lá como queria chamar uma ação desprovida de interesse.
Não encarem interesse num sentido ruim, acho que deveríamos entender esta palavra, neste contexto, como algo necessário, como uma causa para existir esta relação. Tudo, digo TUDO, na natureza tem alguma causa e alguma função a exercer no ecossistema. Alguns seguidores da Liga não gostam das minhas comparações das relações humanas com a natureza, no entanto isto é inevitável, as coisas, assim como o pensamento, a linguagem, a sociedade, ou seja, tudo a nossa volta tem paralelo na sobrevivência da espécie, é difícil nos enxergarmos sempre como animais, mas esta é nossa história, nossa formação e nossa programação prevista no DNA de cada um. Portanto o homem sempre executa alguma ação seguindo instintos naturais, que são sempre baseados na teoria da seleção natural de Darwin. Provem-me o contrario se discordarem, porém, ninguém ainda descobriu nada concreto contra.
Vamos começar pelas amizades, já imagino a angustia de vocês ao lerem esta frase, mas vamos lá. As amizades são baseadas em afinidades, não tem jeito, pode-se dizer o que quiser, somos amigos daquelas pessoas que confiamos e portanto que temos algo em comum, pois não confiamos no desconhecido, ou naquilo que não compreendemos, concordam? Por isto mesmo, buscamos algo em troca nesta relação que pode ser a confiança, a necessidade de convivência social, apoio sentimental e financeiro em alguns casos, posso elencar vários fatores para esta relação, mas em TODOS, irá existir interesse.
Vamos evoluir nos argumentos para o amor conjugal. Ora neste caso tenho muito a comentar. Comecemos pela imposição social, o casamento é um dogma, a família é uma instituição secular, os casados sempre foram convidados a festa e cerimônias, eram chamados a jantares. O casamento é necessário para uma adequada proteção da cria e conseqüentemente, perpetuação da espécie. E o amor? Como disse anteriormente este sentimento surge de um desejo sexual e pode sim evoluir a algo mais forte que chamamos amor, ninguém ama sem exigir nada em troca, nenhum amor é duradouro sem retorno, sem compartilhamento com a outra parte. O casamento também foi utilizado durante os anos como um meio para manter o patrimônio familiar e sua descendência.
Mas Carlos, alguns diriam, o que me diz da doação e caridade, estas pessoas dedicam a vida aos outros sem exigir nada em troca, o que me diz disto? Ora, meus caros, como disse anteriormente: nada é de graça. Afirmo que estas pessoas têm muita carência emocional, e que, portanto precisam do amor do próximo para viver sem depressões ou crises. Não tenho em mãos estudos científicos a respeito, nem acho que alguém vá querer falar mal destas pessoas tão adoradas socialmente. Porém digo que elas recebem aquilo que falta nelas, amor próprio, ajudam os outros para receber gratidão, afeição e algum carinho que normalmente não receberiam por falta de auto-estima. Desculpem pela sinceridade, mas estou analisando as coisas sem emoção mesmo. Racionalmente é sempre mais fácil de perceber a verdade (se existir) a nossa volta. Também tem o lado religioso, muitas acham que com isto estarão assegurando seu lugar no reino dos céus.
Por fim vou novamente comprar uma briga com todos e falar do amor considerado inquestionável, o amor de mãe. Não vou me prolongar muito, pois já falei muito disto em outros textos. Basicamente, afirmo que este amor é TOTALMENTE instintivo e necessário a sobrevivência, principalmente na maioria dos mamíferos que necessitam amamentar por um período muito longo. Percebam, racionalmente, sem este sentimento muito forte, muitas mães abandonariam os filhos (estou falando em geral, algumas abandonam mesmo, mas por outros motivos) e a espécie não perpetuaria.
Já comprei muita briga com este texto para gerar semanas de discussões, portanto podem me bombardear, mas venha com argumentos e sem histórias específicas, sejamos gerais, please.

Um comentário:

  1. O tema é legal e exige essa reflexão bem mais ampla, em filosofia no sentido do quê e em quê se constitui o ato de se viver...em física, desde que o universo é universo (?), sabemos das implicações as leis da ação e reação, causa e consequência, efeito borboleta e diversas teorias (caos) sobre o tema...na biologia enquanto o homem, ser pensante, tem uma funcão psicossocial (mais evoluida que a das abelhas), a natureza toda é simbiótica em sua cadeia de vida! Voltando ao homem, os yogues têm uma visão e exercício de vida ao desapego, a um uníssono entre seu eu e o todo, mas ainda assim o interesse é na relação de consciência e matéria...enfim, filosofia, física e biologia tem muita a ver!

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