segunda-feira, 19 de abril de 2010

O que você está sentindo?

Coração acelerado, suor nas mãos e “frio” no estômago, que sentimento provoca essas reações? Pense um pouco...
Na verdade,vai depender da situação em que você se encontra.Se você estiver diante de um grande público prestes a palestrar pela primeira vez, provavelmente estará apreensivo, ansioso. Se estiver diante de uma situação de perigo, com certeza estará com medo.Mas se estiver diante de alguém especial, pode estar apaixonado.
Estimulada a encontrar explicações neuroquímicas para sentimentos como felicidade e paixão, deparei-me com a constatação de que estas não existem realmente, pelo menos não de maneira conclusiva ou satisfatória. E pior, descobri como as respostas fisiológicas aos sentimentos são inespecíficas, como as manifestações citadas acima (taquicardia, sudorese e contrações estomacais) e o que vai nos ajudar a identificar o que estamos sentindo é o estímulo social ou situacional, segundo alguns estudiosos. Assim, suas mãos podem suar por medo ou por paixão, e o coração acelerar em qualquer das situações supracitadas.
Desse modo, será que até nossos sentimentos nos são socialmente impostos e não nos cabe individualidade alguma no sentir?
Refletindo bem, essa possibilidade não é aceitável. A influência social existe e é inegável em nossas vidas, entretanto, por mais que nos digam como é sentir medo, estar feliz ou apaixonado, só aprendemos seus significados ao experimentarmos cada sentimento, e a experiência é algo vivenciado de maneira bem particular por cada indivíduo.
Cada pessoa experimenta determinado sentimento, nomeando-o de acordo com sua própria avaliação. Ninguém pode experimentar o sentimento do outro para saber se ele está confundindo medo com paixão diante de alguém (os “sintomas” são os mesmos).
Além disso, os sentimentos são desencadeados por estímulos e o mesmo estímulo pode provocar diferentes reações em pessoas diferentes, logo os sentimentos não serão os mesmos.
Como qualquer outro sentimento, assim é a felicidade. Todos que já experimentaram sabem o que é, apesar de não ser a mesma coisa para todos que experimentaram.
Se todos sentissem da mesma forma não haveria um conceito universalmente aceito para a felicidade? Esse conceito não existe. Tentar entender como esse e outros sentimentos acontecem é fascinante, mas, na prática, fundamental é sentir e descobrir quais estímulos movem seu cérebro na “produção” da sua felicidade.
Concluo com isso que mais importante que discutirmos sobre o que é e como ocorre a felicidade, ganhamos mais ao descobrirmos, individualmente, o que faz nosso coração acelerar, as mãos suarem e o estômago contrair de maneira prazerosa (e não nos faz ter vontade de correr ou lutar - só uma dica!) para direcionarmos nossa busca na vida pelo que nos desperta aquele sentimento bom, que todos conhecemos, mesmo que não saibamos definir, e que podemos chamar de felicidade.

Marcela R. da Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário