segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Zaratustra – Nietzsche – Prólogo – Capítulo VII

Texto na Integra:
VII
Enquanto isso, a tarde caíra e a praça do mercado se envolvia na sombra. Então a turba dispersou-se, pois mesmo a curiosidade e o pavor acabam por cansar. Mas Zaratustra continuou sentado no chão ao lado do morto, e, mergulhado em seus pensamentos, esqueceu-se assim do tempo que passava. Por fim, a noite veio, e um vento frio soprou sobre o solitário. Então, Zaratustra levantou-se e disse para si mesmo:
“Em verdade, Zaratustra fez hoje uma bela pesca! Não pegou um homem, mas assim mesmo um cadáver.
Angustiante é a existência humana, e, até este ponto, desprovida de sentido: um bufão pode lhe ser fatal.
Quero ensinar aos homens o sentido de seu ser: ou seja, o super-homem, raio da nuvem negra que é o homem.
Mas ainda estou longe deles, e o sentido do que falo não lhes fala ainda aos sentidos. Para eles, os homens, ainda estou a meio caminho entre o louco e o cadáver.
Sombria é à noite, sombrios são os caminhos de Zaratustra. Vem, companheiro rígido e frio! Vou levar-te ao lugar onde te sepultarei com minhas próprias mãos.”

Comentários:
Aconselho aqueles que participam do blog pela primeira vez que leiam os artigos anteriores de Zaratustra para uma melhor compreensão dos textos de Nietzsche.

Apesar dos “sombrios caminhos de Zaratustra” e de ironizar seu próprio insucesso de não convencer a multidão de seus propósitos, Zaratustra se mostra ainda mais decidido em sua peregrinação, ele quer ensinar ao homem o sentido do “ser”.
A escuridão que envolve o homem e sua existência “até este ponto, desprovida de sentido”, será revelada pela sua experiência e então irão perceber a necessidade de criar o super-homem em nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário