sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Deus no Haiti

Caros, me enviaram o texto abaixo ontem por email, não sei quem escreveu, também não sei se concordo com os argumentos expostos, mas achei interessante o ponto de vista e gostaria de compartilhar com vocês este debate.
Eu fico me perguntando em porque temos países tão desenvolvidos no mundo, com qualidade de vida e etc., e outros sem a menor infra-estrutura, sem condições de prover o mínimo de condições de sobrevivência. Pode parecer cruel, mas sempre temos que escolher na vida entre Liberdade e Igualdade, esta para mim sempre foi à pergunta básica entre capitalismo e socialismo.
O capitalismo traz liberdade e isto pressupõe diferenças entre seus indivíduos, liberdade traz desigualdade, pois as possibilidades são conquistadas e não dadas, já o socialismo pressupõe igualdade, mas igualdade traz acomodação e falta de competição trazendo falta de liberdade. Esta escolha eu já fiz, quero e busco sempre a liberdade, mas cada sociedade deve ter a opção de escolher e a caminhar na direção escolhida, para isto temos a democracia, quando mais estatizamos as coisas, quanto mais aumentamos o estado, mais estamos tirando a liberdade das pessoas, pensem nisto.
As ajudas humanitárias devem ser sempre por um prazo finito, quando somos assistencialistas estamos tirando as conquistas e a força de vontade das pessoas e com isto sua liberdade.

Texto:
“O Haiti é aqui.”
Não, o Haiti é lá onde ele sempre esteve esquecido.
O Haiti é a prova irrefutável de que Deus não existe. Se ainda aquele povo insiste em glorificá-lo, é porque foi condicionado — todos somos produtos do meio, cães famintos sob vigas que não se sustentam. Foram soterrados pela esperança. Alguém em suas crendices lacrimosas há de dizer, as mãos levantadas aos céus, que, pelo menos, a cruz do Senhor Morto ficou de pé. Ficou de pé porque era feita de boa madeira, ora! Não preguemos, a partir de amanhã, o milagre da cruz. Não há milagre que não seja sustentado pela própria morte para confortar os moribundos. Talvez apenas um milagre seja recomendado ali: o da união dos outros povos para reconstruir aquele povo e soerguer sua pátria carcomida pela fome.
Naquele instante trêmulo, onde estava Deus onipresente que não respondeu aos gritos de socorro? Onde estava Deus onipotente que não freou as lágrimas...? Ah, sim, “Ele escreve certo por linhas tortas”, ou seja: Ele mata por vias indiretas.
Por mais que também soframos com o olhar soterrado da criança, jamais, em tempo algum, sentiremos em toda extensão a dor da mãe. E desta vez, nem se pode creditar à mãe África a desgraça de existir... A tragédia está à porta para uma reflexão momentânea. Daqui a pouco, as notícias vão escasseando e não choraremos mais os mortos-vivos, nem os mortos velhos.
Se Deus existisse, decerto nos ensinaria tão somente uma lição. Uma que não cobrisse de escombros a vida suave de dona Zilda, nem deixasse órfãos dois milhões de crianças. Se alguém por aí adiante ainda teima que Deus existe, Ele está justamente nessa força medonha da natureza, não no homem que a destrói, não na imagem da catedral que foi ao chão.
Assim concluo: Deus é a tragédia do universo à imagem e semelhança do homem que o inventou. Basta olharmos para o Haiti.
Autor: Desconhecido

Um comentário:

  1. Tragédias como esta do Haiti, para mim, provam que o Deus misericordioso criado pelas religiões não existe. Mas e se Ele existir e não for amor, não for onipotente ou simplesmente ache que não deva interferir nos assuntos terrenos?
    Acredito que está claro que não adianta rezar diariamente pedindo proteção divina, coisas ruins acontecem a toda hora e ninguém está à salvo. Boas pessoas morrem e pessoas "más" sobrevivem, não há lógica, não há linhas certas ou tortas, as coisas simplesmente acontecem.
    Sei que algumas pessoas podem se sentir desamparadas com a idéia de não existir ninguém rogando por nós,por isso respeito quem acredita, só não entendo como conseguem, diante de tantas evidências de nosso real desamparo.

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