Continuação dos textos do Peixinho Doido (http://ligadavirtude.blogspot.com/2009/11/o-peixinho-doido.html e http://ligadavirtude.blogspot.com/2010/03/peixinho-esquentado.html)
Certo dia, enquanto a mãe (peixinha nervosa) voltava de suas compras diárias, percebeu que havia alguma coisa diferente na cor das pedras do aquário onde seu buraco ficava. Parecia que aquelas cores nunca estiveram tão claras e brilhantes, sabia que algo tinha acontecido.
Quando finalmente se adentrou no orifício de seu recife artificial, percebeu que aquilo que havia perdido, sabe lá quando, havia voltado. A sensação de perder um filho era demais para ela, mas no fundo sabia que este dia chegaria, o pai (peixão preocupado) já estava interrogando seu peixinho doido sobre as loucuras de largar uma vida pronta para viver o desconhecido. Achavam que o gato tinha comido ele.
Os irmãos incrédulos começaram a pôr-lhe atualizado sobre realidade a sua frente, relatando os estudos perdidos, aniversários desperdiçados, banquetes de novas algas industrializadas desprezados. Queriam saber o que deu nele, não estavam preocupados com suas estórias e sim cobravam dele explicações sobre como pode ter jogado parte de sua vida fora. Agora não podia entrar na universidade, não tinha diploma para isto. Como pôde o peixinho ter ficado tão doido.
Naquele momento ele lembrou-se de uma passagem importante que poderia esclarecer seus motivos a seus familiares incrédulos. O peixinho sabia que às vezes a família é a que mais cobra de seus membros comportamentos sociais típicos e desse jeito tole seus desejos e sonhos. Lembrou que certo dia enquanto procurava comida, estava sendo seguido por outro peixe bem maior e que em vez de caçar estava sendo caçado, naquele momento de medo e angústia, repentinamente suas escamas mudaram de cor se confundindo com as algas ao redor e deixando-o invisível para o peixão faminto. Demonstrou aos seus irmãos que eles também podiam mudar de cor, que tinha feito descobertas e adquirido muito conhecimento em suas andanças, mas eles não entendiam porque precisavam mudar de cor, suas escamas eram cuidadas pelo peixe escameiro – peixe embelezador – mais famoso da cidade e cor das algas estava totalmente fora de moda, cafonérrimo.
E assim o peixinho percebeu outra coisa importante: que somente quando somos colocados em situações de risco é que habilidades, qualidades e potencialidades são descobertas. Quando limites são testados sonhos são revelados. Sem risco e sem uso, barbatanas são atrofiadas.
Não adiantava contar suas descobertas, seus familiares estavam tão entretidos com a sombra de suas rotinas que não conseguiam enxergar a ilusão de suas vidas subaquáticas. E assim o peixinho foi novamente taxado de doido, recolhendo-se ao seu minúsculo buraquinho. Como é difícil ser diferente.
Mas..., o peixinho voltou para sua casa, voltou porque entendeu que todas as buscas e inquietações partem e chegam num só lugar, DENTRO DELE MESMO. Precisamos viajar e buscar novos ares, novas correntes marítimas, encontrar peixes esquisitos e bravos, encantar-se com uma sereia, para perceber que tudo tinha apenas um objetivo, SE DESCOBRIR.
Aquele vazio que sentia toda vez que saturava-se com uma nova descoberta, era justamente o vazio de seu próprio "eu" não revelado, a verdadeira viagem é aquela que encontra seu propósito, seus sonhos.
Não bastava descobrir os rios, mares, céus e universo, sem encantar-se consigo mesmo. Não importava mais se estava novamente no aquário, se tinha voltado para a segurança de sua vida, nem para aqueles que não percebiam nada além do vidro de seu aquário, ele tinha se encontrado, sua primeira jornada havia acabado, sonhos haviam emergido das profundezas de seu pequeno, mas palpitante, coração.
Ele sabia que para chegar até ali precisava ter se arriscado, corrido até risco de vida e ter pulado do aquário naquele momento; sem risco não há descoberta, mesmo aquelas que estavam diante de seus olhos. Mesmo voltando ao ponto de partida, ele sabia que aonde vamos, não importa, a busca e o caminho traçado é que marca nossa existência.
Pois é, uma jornada se foi, uma vida se foi, se foi? O peixinho sabe que momentos intensos, trilhas aquáticas desbravadas são momentos eternos. Esta viagem lhe ensinou que o fim era apenas o começo de uma nova viagem. Depois que descobrimos nossos sonhos, todos os momentos se tornam especiais, mesmo dentro de seu aquário.
A verdadeira viagem é a busca de si mesmo e esta não termina nunca.
Certo dia, enquanto a mãe (peixinha nervosa) voltava de suas compras diárias, percebeu que havia alguma coisa diferente na cor das pedras do aquário onde seu buraco ficava. Parecia que aquelas cores nunca estiveram tão claras e brilhantes, sabia que algo tinha acontecido.
Quando finalmente se adentrou no orifício de seu recife artificial, percebeu que aquilo que havia perdido, sabe lá quando, havia voltado. A sensação de perder um filho era demais para ela, mas no fundo sabia que este dia chegaria, o pai (peixão preocupado) já estava interrogando seu peixinho doido sobre as loucuras de largar uma vida pronta para viver o desconhecido. Achavam que o gato tinha comido ele.
Os irmãos incrédulos começaram a pôr-lhe atualizado sobre realidade a sua frente, relatando os estudos perdidos, aniversários desperdiçados, banquetes de novas algas industrializadas desprezados. Queriam saber o que deu nele, não estavam preocupados com suas estórias e sim cobravam dele explicações sobre como pode ter jogado parte de sua vida fora. Agora não podia entrar na universidade, não tinha diploma para isto. Como pôde o peixinho ter ficado tão doido.
Naquele momento ele lembrou-se de uma passagem importante que poderia esclarecer seus motivos a seus familiares incrédulos. O peixinho sabia que às vezes a família é a que mais cobra de seus membros comportamentos sociais típicos e desse jeito tole seus desejos e sonhos. Lembrou que certo dia enquanto procurava comida, estava sendo seguido por outro peixe bem maior e que em vez de caçar estava sendo caçado, naquele momento de medo e angústia, repentinamente suas escamas mudaram de cor se confundindo com as algas ao redor e deixando-o invisível para o peixão faminto. Demonstrou aos seus irmãos que eles também podiam mudar de cor, que tinha feito descobertas e adquirido muito conhecimento em suas andanças, mas eles não entendiam porque precisavam mudar de cor, suas escamas eram cuidadas pelo peixe escameiro – peixe embelezador – mais famoso da cidade e cor das algas estava totalmente fora de moda, cafonérrimo.
E assim o peixinho percebeu outra coisa importante: que somente quando somos colocados em situações de risco é que habilidades, qualidades e potencialidades são descobertas. Quando limites são testados sonhos são revelados. Sem risco e sem uso, barbatanas são atrofiadas.
Não adiantava contar suas descobertas, seus familiares estavam tão entretidos com a sombra de suas rotinas que não conseguiam enxergar a ilusão de suas vidas subaquáticas. E assim o peixinho foi novamente taxado de doido, recolhendo-se ao seu minúsculo buraquinho. Como é difícil ser diferente.
Mas..., o peixinho voltou para sua casa, voltou porque entendeu que todas as buscas e inquietações partem e chegam num só lugar, DENTRO DELE MESMO. Precisamos viajar e buscar novos ares, novas correntes marítimas, encontrar peixes esquisitos e bravos, encantar-se com uma sereia, para perceber que tudo tinha apenas um objetivo, SE DESCOBRIR.
Aquele vazio que sentia toda vez que saturava-se com uma nova descoberta, era justamente o vazio de seu próprio "eu" não revelado, a verdadeira viagem é aquela que encontra seu propósito, seus sonhos.
Não bastava descobrir os rios, mares, céus e universo, sem encantar-se consigo mesmo. Não importava mais se estava novamente no aquário, se tinha voltado para a segurança de sua vida, nem para aqueles que não percebiam nada além do vidro de seu aquário, ele tinha se encontrado, sua primeira jornada havia acabado, sonhos haviam emergido das profundezas de seu pequeno, mas palpitante, coração.
Ele sabia que para chegar até ali precisava ter se arriscado, corrido até risco de vida e ter pulado do aquário naquele momento; sem risco não há descoberta, mesmo aquelas que estavam diante de seus olhos. Mesmo voltando ao ponto de partida, ele sabia que aonde vamos, não importa, a busca e o caminho traçado é que marca nossa existência.
Pois é, uma jornada se foi, uma vida se foi, se foi? O peixinho sabe que momentos intensos, trilhas aquáticas desbravadas são momentos eternos. Esta viagem lhe ensinou que o fim era apenas o começo de uma nova viagem. Depois que descobrimos nossos sonhos, todos os momentos se tornam especiais, mesmo dentro de seu aquário.
A verdadeira viagem é a busca de si mesmo e esta não termina nunca.
Por falta de tempo, ainda não tive como ler os textos do blog. Mas hj resolvi ler algumas estórinhas desse peixinho. E a que mais gostei foi essa =D
ResponderExcluirQuem é o autor do peixinho? No primeiro eu sei que veio da net, e a continuação é do mesmo autor?
Não, este último é meu mesmo, que bom que gostou muito deste, significa que estou melhorando na escrita, rs.
ResponderExcluirBeijos
Nem te empolga Carlos, pq o elogio só foi pela mera semelhança da estória desse peixinho comigo... hahahaha
ResponderExcluirBrincadeirinha, vc escreve bem sim ;)
Bons sonhos com o peixinho, rs
A estória do Peixinho faz com que pensemos em nossa vida e as continuações mexem com nossas emoções e verdades, estou adorando poder acompanhar o desenrolar dessa estória, que cada dia mais me traz flashes para realizar em minha vida....
ResponderExcluirAs viagens do peixinho ainda não acabaram, virão outras.
ResponderExcluirAguardem