Certo dia o peixinho acordou esquentado, havia tido uma noite com muitos sonhos e acordou cansado de tanto sonhar. Na verdade ele não se lembrava dos sonhos, mas sabia que tinha sido uma noite daquelas. Sonhar é sempre viajar para ele, ou vice versa, na verdade ele nunca sabe a diferença.
Nesta última viagem o peixinho percebeu que caminhos não são percorridos sozinhos, outras vidas sempre são afetadas, ninguém passa pela vida do outro sem deixar algo, sem compartilhar valores, sentimentos e emoções. Viagens são momentos de troca de experiências, por isto é legal conhecer sempre gente nova. Elas nos mostram algo novo e que nos ajudarão nas próximas viagens, sejam informações de direção apenas, ou algum aviso importante sobre pedras adiante.
O peixinho tenta controlar as coisas a sua volta, assim como todo mundo, mas tem coisas que a probabilidade de acerto é sempre distante, os riscos e variáveis são complexos e isto o deixa esquentado. Queremos controlar e planejar nossas ações, nosso futuro, mas a vida não pode ser determinada.
O peixinho percebeu o quanto é difícil deixar um companheiro para trás. Quando vivemos e compartilhamos nossas experiências, parece que uma parte de nós ficou pelo caminho. Traçamos um risco no mapa de nossas vidas e este não pode ser apagado por completo, as trilhas ecoam pela eternidade. Assim como falou Nietzsche, devemos viver apenas os momentos que devam ser repetidos pela eternidade e assim tenta viver o peixinho.
Estes encontros alimentam a fome de seguir adiante do peixinho e talvez seja o combustível de sua existência. No fundo o peixinho não sabe mais viver num casulo, num buraquinho protegido sobre um teto de amor. Depois que experimenta-se conquistas é difícil viver de rotinas.
Pois é, mais uma vez o peixinho segue seu caminho rumo ao desconhecido e com aquele friozinho na barriga que ele tanto gosta, a segurança do conhecido cada vez perde espaço em seu coração. Que venham mais esquinas desconhecidas, estranhas coincidências e oportunidades para viver momentos eternos. O que o peixinho não pode mas deixar de viver é o mistério de novas experiências.
Acabou mais uma viagem, finalizou mais uma vida e pintou a eternidade com seu pincel, já gasto, mas sempre disposto a nunca parar de colorir sua vida e das pessoas que conhece.
E assim o peixinho viveu novamente outra caminhada, não sabe se sonho ou realidade, mas quem sabe com certeza a diferença? Às vezes vivemos vidas em sonhos, coisas são traçadas, ações são executadas, companheiros são conquistados e quando acordamos percebemos que era mais um sonho, um sonho aparentemente vivido, mas não tocado.
Sonho ou não, ele acordou atônito e com muita vontade de experimentar algo novo, apesar de ter chegado a um limite, acordou com a vontade de transpô-lo. Alias não foi assim mesmo que ele pulou do aquário?
História: liga criada em 1780, por Henriette Herz na Alemanha com o propósito da virtude e produto das idéias iluministas, pregava a igualdade de todos os seres humanos. Era um local onde intelectuais se reuniam uma vez por semana para falar sobre Deus, política e sobre seus sentimentos. Re-criada em 13 de março de 2009 em Salvador, Brasil, para a expressão livre de pensamento baseada na razão.
"Viagens são momentos de troca de experiencias, e é sempre legal conhecer gente nova!" ... Ps: adorei o título.
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