quinta-feira, 28 de maio de 2015

O problema não é a educação

Temos dado um foco errado para os problemas deste país chamado Brasil. Parece que ninguém mais discorda ou tem outra opinião sobre como mudar este país, toda discussão sempre acaba na palavra: EDUCAÇÃO. Entretanto parece que as coisas não são tão claras assim.
Grande partes dos países ditos atualmente como desenvolvidos, tinham péssima educação quando começaram a se desenvolver de fato, ou seja, quando começaram a se transformar socialmente como nação, gerando desenvolvimento social e econômico.
EUA e Europa tinham péssima educação no início do século XX, a maior parte da população nem sequer tinha acesso à educação, era caro educar, nem era a prioridade na época. Na verdade, foi justamente o crescimento econômico que impulsionou a educação, assim como a democracia, o fim da escravidão, direitos das mulheres, ou seja, grande parte das conquistas sociais, inclusive a universalização da educação, veio após o desenvolvimento econômico, portanto não foi sua causa.
Estudar a história é fundamental, muitas coisas que experimentamos hoje já foi testada em algum momento da história humana e é sempre importante relembrarmos seus resultados.
Aquela história que lhe contaram na escola que a colonização na America do Norte foi diferente da exploração que sofremos por aqui, e determinou nosso status atual, não é verdade, mentiram descaradamente, mas isto é assunto para outro artigo.
Somente após haver algum crescimento econômico que a população destes países, chamados desenvolvidos, pelo seu alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) começaram a desenvolver sua educação e com isto, claramente, tiveram seu processo de crescimento acelerado. Porém o ponto não é este, não estou eliminando a importância da educação, apenas vou demonstrar que ela não é o ponto principal do processo.
Voltemos aos primórdios do capitalismo, século XVIII, início do século XIX, mais precisamente, a Adam Smith. Engraçado que o pai do capitalismo nunca mencionou a educação como fundamental para o desenvolvimento econômico, vamos relembrar sua ideia principal:
o   a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos inclusive (e não apenas exclusivamente) pelo seu próprio interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.
o   Adam Smith ilustrou bem seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu "auto-interesse".
o   Acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores.
o   Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia. Uma frase de Adam Smith se tornou famosa: "Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse egoísta (self-interest), é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade." Como resultado da atuação dessa "mão invisível", o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam subir.
O que impulsiona o desenvolvimento de uma nação não é, nunca foi e nunca será a Educação. O capitalismo é movido por uma única força: O interesse egoísta, a mão invisível, que cria o bem-estar e desenvolvimento social.
A demanda da educação e a cobrança efetiva pelo seu aprimoramento, só começa, quando sua população percebe que sem ela seu “interesse egoísta” não trará mais riqueza. Portanto existe ai, outro fator fundamental que precisa ser criado.
A Educação tem que ser demandada e não ofertada. A demanda que gera a melhora e não o contrário.
Tenho me perguntado muito sobre as causas de países se desenvolverem e outros não e apesar da complexidade do assunto, tenho algumas conclusões diferentes de muitos estudiosos.
Bem, já sabemos a principal causa para o desenvolvimento de uma nação: o interesse egoísta de cada indivíduo de querer mais e enriquecer, de buscar o sucesso e assim desenvolver, sem querer, toda a sociedade. Mas porque em alguns países esta cultura é disseminada e em outros não.
Já discorri em alguns textos sobre estas causas e apesar de termos elementos importantes na colonização, na cultura portuguesa (cultura e não forma de colonização), no clima, nos aspectos geográficos, vou relatar agora um aspecto que nunca levei em conta antes e que nunca li a respeito: o aspecto religioso.
A religião é o principal criador de cultura numa sociedade. Reparem que praticamente todas as nações católicas tem dificuldade no seu desenvolvimento econômico (países da América Latina, hispânicos e a Itália) e isto acontece por causa da falta de incentivo destes para com o sucesso individual. Não estamos falamos do cristianismo, e sim, da visão católica deste.
Para o católico vivemos para provar algo ao divino, provar que temos condições de irmos ao seu encontro no céu e esta provação requer sacrifícios. Existem várias passagens no livro sagrado cristão que a Igreja Católica interpreta com um efeito negativo e que na verdade são a chave para o desenvolvimento capitalista. Vou destacar o sucesso e riqueza individual.
o   “ O reino do céu é dos desafortunados” ou “A porta do paraíso será dos carentes e necessitados”
A palavra sucesso e riqueza nunca foi valorizada em sociedades católicas e isto é cultura, dificilmente se muda cultura, não é um processo rápido, leva-se muito tempo para mudar um aspecto cultural e religioso e esta mudança precisa primeiramente ser identificada, quem vai falar abertamente sobre isto?
Os EUA, Inglaterra e Alemanha, tiveram seu processo cultural e religioso influenciado pelo protestantismo que prega o sucesso individual como algo fundamental em sua passagem pela terra e isto faz toda a diferença.
Nada é verdade absoluta nas relações humanas, entretanto considero o aspecto religioso como fundamental na educação assistencialista que vivemos na América Latina, até enxergo a visão católica da vida com muita semelhança ao comunismo. “todos são iguais”, “Deus lhe proverá de tudo com fé”, “ no paraíso não haverá diferenças, todos seremos iguais perante Deus”. São ideias que destroem a força criativa de cada indivíduo na sua busca pelo sucesso e o paraíso se parece muito com os ideias comunistas e assistencialistas.
Portanto o desenvolvimento da educação vem da necessidade individual de querer sucesso, de buscar enriquecer e não o contrário. Antes de melhorar a educação temos que mudar a cultura vigente que é totalmente assistencial. As pessoas só irão buscar o sucesso se este for recompensador. Estimular a riqueza empreendedora impulsionará do toda a sociedade, e isto infelizmente só é possível com menos estado e mais liberdade econômica. Por causa de nossa cultura e religião não é isto que os brasileiros e latinos querem.
AQUILO QUE O POVO QUER, NÃO É AQUILO QUE ELE PRECISA.

Um comentário:

  1. Muito bom o texto bastante coerente! No que tange os aspectos da alienação religiosa contra a riqueza individual, corrobora a informação que 20% dos Bilionários nos EUA são Judeus, religião que prega o sucesso individual e o empreendedorismo. Logo, se entende que a catequização católica limita o indivíduo ao seu crescimento.

    ResponderExcluir