segunda-feira, 26 de setembro de 2011

As vantagens do pessimismo

Este assunto é apenas o início de muitos outros sobre Arthur Schopenhauer – Filósofo considerado pessimista (próxima leitura) e Roger Scruton – Filósofo contemporâneo e que foi base de leitura para este artigo. Ambos encaram a realidade de forma fria e racional, expondo as fraquezas humanas e suas limitações.
O otimismo faz mal ao homem, não o otimismo virtuoso e esperançoso, falo do otimismo mal-intencionado, do otimismo utópico. O ser humano tem uma necessidade exagerada de buscar um sentido a sua vida, por isto é receptivo a ideia de transformação utópica da sociedade, aquela que pretende transformar o mundo radicalmente por uma utopia cega e ingênua.
Os otimistas sociais são os responsáveis pelas maiores catástrofes sociais da história humana. Estes, movidos por uma ideia utópica e inescrupulosa de uma transformação radical da estrutura social, terminaram por promover um totalitarismo sanguinário e cruel. Temos neste exemplo o comunismo, o fascismo e o nazismo. Líderes como Lenin, Hitler e Mao foram responsáveis pelos maiores massacres e assassinatos em massa da história.
A ideia de que existe um ideal de salvação para o homem cria pensadores, em geral de esquerda, pois sempre trazem uma ideia de controle estatal desproporcional, totalmente desfocados da realidade humana e maqueiam de ilusão utópica seguidores em prol de um totalitarismo otimista que jamais será alcançado ou mesmo necessário.
Vários autores brilhantes, muitos já revisados aqui neste blog, foram discriminados por serem considerados pessimistas, pois não viam futuro à espécie humana, entre eles temos Schopenhauer, John Gray, Nietzsche, entre outros. Para estes o homem é um animal fadado a sua tragédia (morte) e vive buscando um jeito de fugir da mesma, com isto se ilude achando que existe um progresso de fato na humanidade.
A utopia é um alívio a difícil tarefa de viver. Viver é perceber todos os dias que a realidade é devastadora, neste ponto as utopias enriquecem o homem de falsa esperança. Podemos dizer que a utopia é um vício, que afasta o homem do questionamento racional da realidade. Em geral a utopia foca apenas no objetivo, não estabelece como deveríamos caminhar até lá. Lembrei agora do velho discurso das esquerdas brasileira e em como mudaram quando chegaram ao poder. O homem não é bondoso e dócil por natureza, à civilidade enverniza-o, infelizmente quando esta camada fina de verniz é arranhada, o animal vai mostrar sua cara.
Os comunistas de plantão não tem consciência do mal que Karl Marx fez a humanidade com sua utopia socialista. O homem não pode viver em igualdade com o próximo porque simplesmente não pode ser domesticado como outros animais. Somos diferentes e queremos expor estas diferenças, com isto crescemos e desenvolvemos nossas habilidades ao máximo. Para o comunismo funcionar, ditadores e totalitaristas estabeleceram um controle rigoroso sobre a propriedade e a vida privada dos indivíduos. Ora que grande absurdo. Nenhum ser humano pode viver eternamente sem liberdade, simplesmente porque NÃO EXISTE FELICIDADE SEM LIBERDADE.
Chega de otimismo mal-intencionado, a realidade pode ser dura, entretanto é o mais próximo da verdade que podemos experimentar.

Um comentário:

  1. Otimismo e má-intenção parecem-me termos incompatíveis. O otimismo é bem intencionado em sua essência, mesmo que cause o mal dos exarcebados. Mal-intencionados são aqueles que se aproveitam dos idealistas e defendem idéias as não acreditam realmente, utilizando-as para tomar o poder. Os líderes comunistas defendem a igualdade entre os integrantes do povo que, sob opressão e dura repressão, viveram (e vivem) sem conforto e sem liberdade, enquanto eles desfrutam de luxo e riquezas. As idéias defendidas por estes líderes aplicam-se apenas ao povo, não a eles, de maneira que não existe boa intenção alguma nisto,muito menos otimismo no âmbito coletivo, apenas sede de poder.
    Concordo que o otimismo alimenta a utopia dos idealistas,e que, neste caso, acaba por afastá-los de qualquer realidade plausível. Concordo também que o homem precisa ser livre. Física e intelectualmente livre, inclusive para alimentar algumas utopias, sem que estas lhe roubem todos os vínculos com a realidade.

    Marcela

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