quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Arthur Schopenhauer – O mundo como Vontade e como Representação – Introdução


Primeiramente preciso pedir desculpas pela longa ausência, não foi por falta de inspiração e sim, devido aos estudos de fim de semestre.
Para não perder o tema recorrente desta epoca do ano segue o link do artigo publicado em 2009: Feliz Ano Velho - http://ligadavirtude.blogspot.com/2009/12/feliz-ano-velho.html

Introdução

Comecei a leitura de um livro intrigante, cheio de mistérios e que não se assemelha a uma obra filosófica clássica, pois não invoca a razão para explicar o comportamento humano e nem tira dela a solução para seus problemas. Na verdade o livro é bem o oposto disto, ele procura confrontar o homem a sua tragédia de forma bem simples de compreender e tirando da razão sua causa ou solução.
Nietzsche foi um discípulo de Arthur, suas ideias são a demonstração da continuação e influencia dos argumentos contidos nesta obra. Dizem que quando Nietzsche comprou este livro teve sua vida mudada para sempre, que o livro tinha sido escrito para ele e sua confiança naquela forma de pensamento completa.
Hoje quando analisamos as duas obras, percebemos que Nietzsche fugiu um pouco do pensamento de Arthur e que criou uma forma do homem fugir de sua tragédia (morte), criando o Super-homem. Para muitos este foi o grande equivoco de sua obra. Temos bastantes textos de Nietzsche no blog para os mais curiosos, com isto, vamos voltar para Schopenhauer.
Antes de desbravar o livro devemos introduzir o leitor aos pensamentos do autor, desta forma vale informar que Schopenhauer foi um critico ferrenho a razão de Kant, para ele a razão não mais define o homem como substancia pensante e desta forma desmascara-se o nosso narcisismo racional. Não adianta tentar explicar e superar a existência humana pela razão, pois não há razão no final, o custo de tudo é somente um, o fim não compensa os esforços, a bancarrota é certa, a morte inevitável.
“Toda a vida é sofrimento”. A existência humana é baseada na velocidade que satisfazemos nossos desejos e eles não terminam nunca, a angústia desta busca causa sofrimento e tédio ao homem.
Como já havíamos estudado em Nietzsche, o querer é mais importante que o ser, agora percebe-se que esta ideia era de Arthur e que a vontade cria os desejos e própria necessidade de viver. No entanto o otimismo não é mesmo um predicado do autor, a existência do ser humano é essencialmente sofredora, seu único balsamo de felicidade somente pode ser encontrada na estética da natureza e na arte.
Um importante ponto que se deve notar no transcorrer dos argumentos do autor é sua desmitificação da razão. A razão não precede a existência das coisas como também não pode explica-las, por uma simples razão: o mundo é apenas uma representação da vontade do sujeito. Nossa interpretação do mundo é feita pelos sentidos e com isto nossa razão jamais será capaz de conter qualquer verdade.
O autor começa sua obra, em seu primeiro livro, O Mundo como Representação, expondo literalmente a ideia contida nela: “... Verdade alguma é, portanto mais certa, mais independente de todas as outras e menos necessitada de uma prova do que esta: o que existe para o conhecimento, portanto o mundo inteiro, é tão somente objeto em relação ao sujeito, intuição de quem intui, numa palavra, representação.”
Portanto leitor prepare-se para esta nova explicação do mundo, aquela na qual a vontade cria o ser e o mundo torna-se elemento desta vontade.
... continua nas próximas publicações.