terça-feira, 28 de junho de 2011

Não culpe o amor...


O amor e a paixão são palavras que nos remetem a sentimentos extremos de felicidade e sofrimento a depender de nossas experiências e momento vivido. Se alguns temem a paixão pela dor já sofrida, outros anseiam por um novo amor que lhes traga aquela incomparável felicidade de volta. Será o amor ou a paixão sinônimos de bem estar ou dor inevitável? O amor ou a paixão precisam mesmo coexistir com a dor?

Cada vez mais, pesquisadores vêem estudando estes sentimentos e o reflexo destes no corpo humano, buscando averiguar a veracidade daquela dor no peito referido por quem sofre de amor e o estado de êxtase dos apaixonados. Os estudos científicos são incapazes de responder satisfatoriamente às questões levantadas, contudo, podem nos dar algumas pistas.
Em um trabalho realizado no Centro de Medicina Albert Einstein, nos EUA, 15 universitários tiveram sua atividade cerebral monitorada enquanto olhavam as fotos de ex-parceiros até 68 dias após rompimento amoroso. Observou-se que enquanto olhavam as fotos e lembravam do amor perdido, os universitários ativaram a mesma área do cérebro acionada na ocorrência da dor física. Outro estudo, publicado na New England Journal of Medicine, relata a presença de sinais semelhantes aos de um ataque cardíaco, como dores no peito, líquidos nos pulmões, dificuldade para respirar e colapso cardíaco, em indivíduos que sofreram uma decepção amorosa. Podemos assim afirmar que paixão e dor necessariamente precisam coexistir? Ainda não.

Na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, realizou-se um estudo no qual os cientistas aplicaram o mesmo estímulo de dor no antebraço de 25 mulheres em três momentos diferentes: enquanto seguravam uma bola, enquanto seguravam a mão de um homem estranho e enquanto seguravam as mãos dos respectivos namorados. Todas referiram sentir menos dor enquanto seus namorados seguravam suas mãos ou quando simplesmente olhavam para a foto dos mesmos.
Deste modo, podemos dizer que há indícios de que o amor ou a paixão podem causar muita dor, inclusive física, ou atenuá-la. Analiso estes achados da seguinte forma: estes sentimentos (amor e paixão) não são os responsáveis diretos pelo surgimento da dor ou por anestesiá-la. Eles sofrem influencia de outros fatores alheios às suas simples existências que determinam o resultado final.

Se é para apontar um culpado pela dor ou pela felicidade, eu culpo a reciprocidade. O amor e a paixão não doem, o que dói é não ser amado.Não concordo que o sofrimento faça parte do amor, o sofrimento faz parte da vida e a reciprocidade no amor, na paixão, no desejo ou na amizade determinará nosso bem estar e anestesia. Do mesmo modo, é a ausência de reciprocidade que determina nosso prognóstico melancólico e doloroso.
Respondendo às perguntas iniciais do texto: Não, o amor e a paixão não precisam da dor e do sofrimento para existirem, nem os têm como partes integrantes e indissociáveis, mas sem dúvida são extremamente dependentes da reciprocidade. Viva a ela ou amaldiçoada seja sua ausência!rs

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Carta a uma nação de esquerda

A ditadura trouxe muitos problemas ao país, problemas estes que, ainda hoje, refletem negativamente até em nossa democracia. Enquanto no mundo inteiro partidos de Direita tomam o poder, se auto afirmar Direita no Brasil é pecado mortal. A ditadura rotulou os partidos de Direita como aqueles ligados ao poder, aos ricos, aos endinheirados, aos militares e ao maldito PFL. No entanto a realidade não é bem assim.
Qual, então, a definição de Direita e Esquerda?
Direita: partidários de um ideal – a liberdade. Indivíduos e partidos de Direita são considerados conservadores, pois buscam manter o estado mais longe da sociedade, ou seja, dar mais liberdade de escolha aos indivíduos e menos acolhimento por parte deste. Partidos de Direita são contra o estado assistencialista, por isto são muito identificados, no Brasil, com os ricos e poderosos. Cada um precisa correr atrás do seu sustento e os melhores serão recompensados. Direita = Liberdade
Esquerda: a esquerda faz o contraposto do estado mínimo da Direita. Busca melhorar a distribuição de renda por meio de transferência de recursos do estado para as camadas mais pobres da sociedade, e neste momento precisa aumentar a influencia do estado sobre a mesma, aumentando os programas assistencialistas, aumentando os impostos e também aumentando o poder do estado sobre a sociedade, já que busca influenciar os investimentos, controlar as empresas privadas e influenciar a vida dos cidadãos direcionando-os para o caminho dos ideais estatais e não individuais. Esquerda = Igualdade.
Esta luta entre igualdade e liberdade acirra a disputa entre estas duas ideologias. O problema é que igualdade não pode ser decretada, ela somente pode ser alcançada através do esforço individual, não resolve-se o problema de alguém que não quer correr atrás de seu sustento simplesmente dando a ele. Pode parecer duro, mas ninguém morre de fome se não quiser. A iniciativa individual é a chave de sucesso de um país ou nação, então devemos incentiva-la, faz-se, hoje, justamente o oposto disto. Outro ponto é que igualdade não é boa, igualdade traz acomodação, as pessoas não são iguais e deve-se valorizar, sim, aqueles que se esforçam mais. Em qual ambiente propicia-se este quadro? Num ambiente de liberdade, não existe outro. Liberdade traz igualdade de desafios, traz responsabilidade individual e sucesso e riqueza para aqueles que a perseguem.
Porque a Esquerda tem perdido espaço no mundo? Ora, os países desenvolvidos passam por uma crise severa, esta crise está associada a um exagerado gasto estatal. Estes países gastam bem mais do que arrecadam, devido principalmente a enormes programas assistencialistas e que tem que ser sustentados pelos impostos. Isto decorre da administração de Esquerda por um longo período no passado. A Esquerda sempre reinou na maioria dos países europeus. Agora, a conta precisa ser paga, quem vai pagar? Os cidadãos precisam entender que o estado não é um ente divino e de recursos ilimitados, o estado é sustentado pela sociedade e se ela quer o bolsa família, bolsa gás, aposentadoria, saúde, universidade pública, ela precisa pagar por isto. No ultimo levantamento apenas 5 países da Europa tem governos de esquerda e a expectativa é de que percam as próximas eleições.
A sociedade tem se manifestado contra aumento de impostos e gastos exagerados dos governos municipais, estaduais e federais, mas ela precisa entender que se quer um estado menor, com gastos estatais menores, vai perder benefícios, vai ter que mudar e votar em partidos de direita. Entretanto quem é esquerda e quem é direita neste país? Ninguém tem coragem para assumir uma posição com medo de perder votos, com isto temos políticos sem identidade, sem ideais e sem compromissos. Cada vez mais percebo a importancia dos partidos políticos fortes. Deveríamos votar nos partidos, ou seja, na idéia, não em pessoas, elas não são importantes. Guardem isto para debatermos na reforma política que vem ai.
O que é importante destacar é algo mais intrínseco, existe algo por traz desta discussão e que considero o mais importante, é a palavra Liberdade. Queremos alguém influenciando nossas vidas? Sugando mais de nossos rendimentos em prol de uma melhor distribuição de renda? Aumentando o poder do estado sobre nós. Isto gera perda de liberdade, quando o estado cresce, cresce a corrupção, aumenta os conchavos de apadrinhados, eleva-se o monopólico de setores controlados pelo estado. Estado forte é sinônimo de má administração, de mais gente sendo sustentada a custa de impostos. É realmente isto que queremos?
A liberdade traz muita responsabilidade, pois necessita que de agora em diante tenhamos que para de reclamar que o estado não dá isto, não dá aquilo. Precisamos entender que não é papel do estado dar nada, ele não pode e não deve ser o Pai, nem o Deus de ninguém. O estado deveria apenas regular as relações sociais e não influenciá-las ou mesmo participar dela. Temos que ter consciência que precisamos ir à luta quando queremos algo, e que depende apenas de nós, do nosso esforço pessoal. Isto é cultural, não seria fácil mudar este paradigma rapidamente, mas precisamos começar. Chega de reclamar, chega de pedir as pessoas, aos outros, ao estado. Os brasileiros precisam entender que eles precisam ir à luta, somente assim mudamos o ideal de país que queremos e tornamos realmente este país em um grande lugar para viver.
Menos estado é menos impostos e mais renda para a população decidir individualmente onde pretende gastar e não deixar na mão de poucos políticos esta decisão.
O problema é que ninguém tem coragem de dizer isto aos eleitores, imaginem uma campanha politica que o candidato diz: fim do bolsa família, fim da universidade pública, fim dos incentivos fiscais, privatização das empresas publicas, e diminuição dos funcionários públicos e fim da aposentadoria integral destes. O estado deveria apenas regular, auditar, fiscalizar. No máximo prover educação, segurança e saúde para promover a igualdade de competição entre seus membros, porém como um estado tão grande e com tantas prioridades poderia concentrar esforços? Impossível. Seria o fim da campanha mesmo antes de começar, mesmo pregando a diminuição substancial dos impostos, provavelmente ele nunca seria eleito.
Bem, estou lançando a minha candidatura nas próximas eleições com estes slogans, que acham? Terei apoio? Seria viável? Só rindo mesmo.
Carlos, um candidato com coragem de afirmar: Sou Direita.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Legalização das Drogas

Como este assunto voltou aos noticiários, principalmente com o novo filme "Quebrando Tabu", estou publicando novamente este artigo postado no blog no dia 18/09/2009, com alguns novos comentários.

Vamos falar sobre um assunto para lá de polêmico, envolve nosso cotidiano, nossas vidas, a de parentes e amigos e afeta nossa liberdade individual. Mas uma vez não quero expor minha opinião como algo imutável nem definitivo, temos poucos exemplos de casos bem sucedidos no mundo e, portanto não devemos aceitar nem tomar nada como conclusivo.
Vou avaliar o tema de acordo com alguns tópicos importantes como:
  • Violência
  • Econômico
  • Político
  • Social
Violência: De acordo com ONU, 200 milhões de pessoas no mundo consumiram drogas ilícitas no mundo em 2003, não tenho dados mais atuais, e são justamente estas pessoas que alimentam um enorme mercado de bilhões de dólares (US$ 50 bilhões somente com cocaína) e que contribuem para outros crimes associados, como homicídios, roubos, furtos, trafico de armas, trafico de pessoas, prostituição, entre outros.
A violência gerada neste negócio é extremamente elevada, não tenho dados sobre isto, gostaria de saber se alguém tem um numero aproximado de pessoas que morrem todos os anos em decorrencia do tráfico.
Econômico: A quantidade de dinheiro ilegal que movimentam é enorme, somente com cocaína estima-se em 50 bilhões de dólares, este dinheiro é utilizado para outros crimes, como lavagem de dinheiro, corrupção de políticos, advogados, contadores, juízes entre outros.
Outro ponto importante é a falta de cobrança de impostos destes produtos, deixamos de arrecadar bilhões em impostos sobre um produto de consumo.
Político: Imaginem uma organização criminosa influenciando a política, pois temos vários exemplos no mundo, das favelas do rio até em países como Colômbia e Venezuela. Isto é bem retratado no filma Tropa de Elite 2.
As drogas estão em todo lugar e influenciam tudo em nossas vidas
Social: Não vou entrar no debate das pessoas que se destroem usando drogas, de acordo com estudos, somente 15% dos usuários de drogas se viciam ao ponto de desestabilizar suas vidas. A grande maioria dos usuários vive normalmente e usa drogas regularmente. Muitas pessoas não tem consciencia disto, mas grande parte dos usuários utilizam as drogas normalmente como o alcool e não mudam sua rotina, conseguem controlar e separar o uso regular do uso descontrolado da mesma.
Vamos avaliar os aspectos positivos e negativos da liberação das drogas e debatê-los.
Aspectos negativos:

  •  Existe um medo muito grande do aumento imediato do consumo principalmente das drogas leve, como maconha. É bem possível que isto aconteça, com a venda liberada, jovens que ainda não experimentaram poderão vir a utilizar pela primeira vez. No entanto não temos como afirmar que estes jovens, após a primeira experiência voltem a consumir.
  • Aumento do numero de acidentes de transito ou acidentes em decorrência do uso inadequado das drogas;
  • Aumento do numero de problemas decorrentes do acréscimo de usuários, principalmente em família;
  • Aumento dos gastos com saúde em decorrência de um numero maior de usuários;
  • Aumento, provavelmente significativo, do numero de outros crimes como roubo, furtos e etc. Estatísticas provam que um aumento na fiscalização das drogas trazem um aumento no índice de outros crimes pela migração dos criminosos para outras formas de práticas ilegais.
Reparem que a maior parte dos aspectos negativos decorrem do aumento do numero de usuários, no entanto não temos como afirmar que no médio prazo isto venha a ocorrer, em países como a Holanda e Dinamarca isto não ocorreu, mas estes países possuem um alto grau de desenvolvimento humano, não sabemos como seria num país em desenvolvimento e nem tanto com o país subdesenvolvido.
Aspectos positivos:

  • Fim do submundo envolvido no trafico e venda de drogas;
  • Cobrança de impostos elevados sobre a venda de droga, visando suprir o aumento dos gastos com saúde;
  • Controle maior sobre o numero de usuário e estabelecimento de estratégias para as campanhas de conscientização;
  • Fim do dinheiro ilegal que alimenta outras formas de crime. O dinheiro das drogas faz girar um mercado negro de financiamento de corrupção, e outros crimes ligados;
  • Aumento do numero de policias e detetives para os outros crimes em geral, pois atualmente estão ligados ao combate ao tráfico;
  • Fim dos homicídios ligados ao tráfico de drogas;
  • Fim da corrupção dos poderes públicos ligados ao mercado das drogas;
O maior ganho de todos e o mais importante é a liberdade individual de qualquer indivíduo fazer o que quiser de sua vida sem o controle do estado. O estado não pode (JAMAIS, sou mesmo um liberal) interferir na vida privada de cada um. Quando digo isto, me refiro a vida privada, não aquela que influencia a de terceiros. Por exemplo, quando alguém usa drogas em casa, isto diz respeito somente a ele, mas quando este indivíduo usa drogas e sai dirigindo um carro, este interferindo na vida publica da sociedade e saindo de sua vida privada.
Afirmo isto com muita convicção e sei que será tema de muita discussão. A sociedade não pode interferir, nem tomar partido, nem emitir opinião na vida privada dos indivíduos por isto sou a favor da liberação total das drogas e de tudo que possa ser consumido ou vivenciado na vida particular de cada um, porém a liberdade de cada um termina quando interfere na do seu próximo, combinado.
Toda mudança traz pontos positivos e negativos, vamos encontrá-los sempre, precisamos avaliar se os positivos são maiores que os negativos, isto deve ser debatido e experimentado antes de uma decisão final, estou propondo apenas um debate, nada de sociedade alternativa (risos).