segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cachorros de Palha – Assim como é – Último Capítulo

Enfim, chegamos ao ultimo capítulo deste livro que nos possibilitou enxergar melhor a realidade a nossa volta. Ficou no ar aquele gostinho de quero mais.
Pensamos na vida como um palco onde representamos, pela  ação, nossos sonhos. Buscamos significado em tudo que fazemos e na vida não  poderia ser diferente. Deste modo encaramos o mundo como algo a ser refeito a  nossa própria imagem.
Olha só como o autor me dá um tapa na cara dos mais fortes, sempre me considerei um discípulo das ideias socráticas de conhecimento, liberdade e virtude. Entretanto o autor me chama de fraco  quando diz:
A maior parte dos que trabalham para melhorar o mundo não estão se rebelando contra o esquema das coisas. Buscam consolação para uma verdade: que são fracos demais para suportar. No fundo, sua fé de que o mundo pode ser transformado pela vontade humana é uma negação de sua própria mortalidade”.
Jogou pesado demais, estou tentando debater seus argumentos, mas não consigo, a única coisa que podemos ter certeza é disto mesmo, de que a vida é finita e ponto. Neste caso para que mudar o mundo? Para que evolução? Para que ter tanto conhecimento das coisas?
Na verdade, a ação nos entorpece, ela nos consola e torna nossas vidas razoavelmente sólidas, Não é o sonhador quem escapa da realidade é justamente o trabalhador, ou o executor. Hoje temos um ideal: uma vida boa é uma vida com uso de tecnologia, com paz e com liberdade. O problema é que esta visão de mundo é uma visão grego-cristã e nega a tragédia, ou seja, a finitude da vida. Será que não temos coragem para encarar esta realidade?
O ponto central da vida não é seu começo nem seu fim, o barato dela é que seu prazer se encontra sempre no presente - caminhar é mais importante que chegar.
Vivemos num mundo dominado pelo progresso, porém o que poderia ser mais deprimente do que a perfeição humana? Atingir algo é deixar de vivê-lo e isto é tedioso. Sempre brincava com meu professor de religião que descrevia o paraíso como um lugar lindo, onde todos eram felizes e que nossos sonhos se tornavam reais. Ora, neste mundo eu não quero viver não, dizia eu, neste caso preferia ir para o inferno (risos).
O tesão da vida é justamente os opostos, as contradições, sem eles nada teria graça, um mundo perfeito é um mundo sem motivação, sem desafios. O que seria do amor sem o ódio, o que seria da alegria sem a tristeza e da felicidade sem a frustração. Sem comparativos tudo viraria um tédio só, portanto não quero ir para o paraíso não, quero ficar aqui na terra onde as coisas são prazerosas e temos a oportunidade de vivê-las ao máximo.
Vamos viver o presente e contemplar o mundo, esta é a única opção que nos foi mostrada pela natureza, as provas estão todas aí. O livro nos mostrar bem isto, precisamos ter coragem para admitir que nossas vidas devem ser finitas e curtas. Portanto depende de cada um de nós uma escolha: viver o agora ou depender de algo imaginado, sonhado e duvidoso.
A verdade parece está bem na nossa frente, só que ela é tão dolorosa para alguns que preferem viver sonhando em algo totalmente ilusório e que provalvemente nem foi pensado por ela. Não temos como saber o amanhã, temos apenas o presente para nos preencher.
Eu já fiz minha escolha e você?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cachorros de Palha – O Não Processo

Voltando ao resumo do livro Cachorros de Palha, faltam apenas dois capítulos para termina-lo. Que pena.
Oautor começa o capítulo com a seguinte frase: “O progresso é um fato. Mesmo assim, a fé no progresso é uma superstição”. A ciência traz melhorias, novas tecnologias, conhecimento da natureza, no entanto NÃO altera as necessidades humanas. As vontades, ética e necessidades humanas são as mesmas de 20 mil anos atrás e continuarão sendo as mesmas no futuro.
O autor coloca que a mudança das sociedades primitivas onde o homem caçava para sobreviver, para as complexas sociedades hoje, não trouxe nenhum ganho geral em termo de bem-estar e liberdade. Os humanos somente trabalhavam quando precisavam comer, não precisavam de excesso nem de produção, com isto tinham tempo para comtemplar à natureza, viver com os familiares e amigos e tinha mais tempo para si mesmos. Isto gerava mais bem-estar e liberdade para ele, trabalhava apenas quando queria ou necessitava.
Num outro parágrafo percebe-se a ironia com a Revolução das máquinas, cada vez mais elas irão trabalhar por nós e de acordo com o autor a população irá voltar-se a diversão, distração e aos produtos desta: drogas, bebida, prostituição e etc. Já podemos perceber isto nos países desenvolvidos onde os serviços crescem há 20 anos e já ultrapassaram o setor industrial em numero de empregados. Com as máquinas e computadores trabalhando por nós e nossas necessidades saciadas iremos nos voltar a desejos mais exóticos e a inventar novos vícios.
Dentro deste capítulo o autor traz a tona outro assunto que venho sempre descrevendo no blog, temos vários artigos sobre isto. Para o autor os humanos não terão controle sobre as máquinas, às formas de vida naturais não contêm em si mesmas, nenhuma vantagem evolutiva em relação aos seres artificiais e não há retorno – “Uma vez que um sistema seja entregue a um software vivo, capaz de se reproduzir, não há mais retorno” – A substituição dos humanos pelos próprios artefatos criados é curiosa e perfeitamente possível. O temor das pessoas vem da ideia que as máquinas não tem a consciência humana, para o autor as máquinas irão mais além, transformando-se em seres espirituais, não apenas pensarão como terão emoções, ilusões a autoconsciência. Precisam ler este capítulo para escutarem do autor as coisas que venho dizendo e ninguém leva a sério.
O ponto principal deste capítulo é tratar da falta de progresso do homem, o que evolui é o conhecimento sobre as coisas, não o homem.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desenvolvimento Humano x Liberdade Econômica

Tenho durante o tempo de vida da Liga publicado vários artigos sobre os benefícios da liberdade em tudo em nossas vidas, seja na sociedade, seja na vida privada, seja na econômica, seja na religião, seja em praticamente tudo a nossa volta.
Como alguns ainda teimam em discordar destas minhas análises, me sinto no dever de continuar a trazer novas teorias e dados para tentar embasar ainda mais minhas analises.
A mais recente publicação do IDH 2010 me trouxe repentinamente uma clara visão de como liberdade econômica traz desenvolvimento humano e de vida para o corajoso país que adota-las. Digo corajoso porque não é popular, vender empresas, dar liberdade de contratação aos empregadores, diminuir a carga tributária e consequentemente acabar com os benefícios sociais não são medidas populares, e sim, bem desgastantes. Imaginem algum presidenciável pregar algumas das propostas acima, nunca seria eleito. Porém o desenvolvimento duradouro precisa deste ambiente de livre concorrência e empresas privadas. As provas estão em todos os lugares.
No entanto vamos fazer uma correlação entre o IDH 2010 e o último ranking de liberdade econômica de 2010 e identificarmos suas semelhanças.
Reparem que não temos entre os 10 melhores, nenhum país que não seja bem capitalista, não existe nenhum socialista ou com tendências a tal. Todos acima pregam bastante liberdade econômica e privilegiam a competitividade, também verificamos que existem pouquíssimas empresas estatais neles.
Podemos apenas tecer alguns comentários a respeito de Noruega e Suécia, pois apesar de estimularem a competitividade de sua economia, terem grandes empresas privadas, possuem um alto grau de benefícios sociais pagos pelo estado, neste caso vamos analisar com parcimônia e como exceção, já que são raridades no universo estudado.
Temos abaixo o índice de liberdade econômica de 2010.
Observem, agora, a correlação entre os dois rankings e percebam que 5 se repetem entre os 10 primeiros e 3 dos 10 melhores no IDH estão entre os 23 do ILE.

Correlação
Não podemos negar que apesar de serem impopulares e desgastantes devemos perseguir a liberdade econômica, pois no longo prazo, somente ela trará os benefícios sociais que todos perseguem. Um ponto a ser destacado é a cultura de cada país, enquanto alguns privilegiam a iniciativa individual, o esforço de cada um, outros perseguem o auxilio, a falta de iniciativa, o amparo. Volta a afirmar, não podemos dar nada de graça a ninguém, as pessoas precisam correr atrás do pão de cada dia, precisamos incentivar e premiar o esforço das pessoas e não sua ociosidade. O problema da América Latina está ai, herdamos o apadrinhamento estatal dos países ibéricos e 500 anos depois ainda não conseguimos nos livrar disto.
A China, pesar de grande crescimento econômico, não tem IDH elevado nem tampouco ILE, neste caso afirmo que sem democracia e liberdade econômica ela vai afundar, ditaduras podem fazer um pais crescer 100 anos em 10 anos, mas basta uma medida errada para regredir 200 anos. A democracia traz lentidão no crescimento, mas este é sempre contínuo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma Nova Eleição Legislativa

Passada mais uma eleição, onde se cumpriu a vontade “popular”, chegou o momento de debatermos um pouco sobre tudo que aconteceu e tirarmos algumas conclusões para criar melhorias nas próximas.
Acho que todos concordam que precisamos fazer alguma coisa em relação ao legislativo, continuamos votando sem nenhum critério, a maioria nem sabe o que um deputado faz e deste jeito fica difícil mudarmos alguma coisa. Em geral elege-se o mais famoso ou o mais divulgado, com isto, o poder da mídia e do dinheiro se sobressai sobre as ideias e propostas de cada um. Até dentro dos próprios partidos políticos isto acontece, quem tem mais prestígio tem mais verba e mais chances de se eleger. Deste modo acabamos não elegendo uma porção da sociedade e sim apenas uma: aquela que detém o poder econômico e político.
Dentro deste quadro tenho pensado numa forma diferente de eleger o legislativo. Para isto vamos gostaria de voltar um pouco no tempo, ao princípio desta instituição, e perceber seu verdadeiro significado: ela deve representar uma parcela da população, e deste modo, deveria haver uma renovação constante da mesma. Portanto minha primeira proposta é de acabar com a reeleição para cargos legislativos, com isto acabamos também com outra pratica abominável que é a carreira política. Cargos eletivos não podem ter carreira, são como o próprio nome diz: eletivos e temporários. Não podemos permitir que ninguém viva exclusivamente de cargos políticos. Quem pretende se eleger deve ter uma ocupação. Na Grécia antiga as assembleias eram reuniões de pessoas importantes de tempos em tempos, ninguém recebia nada para votar, era um dever do cidadão participar das decisões e não uma forma de ganhar dinheiro nem de seguir carreira.
Seguindo a mesma linha anterior vem minha segunda proposta: estes cargos não devem ser remunerados. Ninguém deve receber nada para votar, isto deveria ser um dever do cidadão e os assessores também devem seguir a mesma linha. Para isto vem minha terceira proposta: assim como em cargos eleitos por sindicatos, as pessoas escolhidas para representar a sociedade no legislativo deveriam se tornar estáveis no emprego, ou seja, o empregador não poderia demitir e ainda deveria libera-lo 2 dias por semana para ele votar, proponho a sexta e sábado.
Acho que 4 anos pode viciar uma pessoa e fazê-la gostar do poder e acabar fazendo politicagem, portanto minha quarta proposta seria de cargos eleitos por apenas 1 ano, a cada ano escolheríamos uma nova assembleia legislativa. Como não haverá custo para a sociedade, também proponho dobrar o numero de legisladores, neste caso teremos uma porção maior da sociedade decidindo nossos rumos.
Não esqueçam que estas propostas valeriam para todas as casas legislativas: federal, estadual e municipal.
Bem, a quinta, ultima e mais controversa proposta seria a forma de elegê-los: proponho sorteio. Quem quisesse representar gratuitamente a sociedade nas suas decisões mais importantes deveria primeiramente atender a alguns requisitos, seriam eles:
1. Fazer um curso de aprendizado sobre o funcionamento de um cargo legislativo de, no mínimo, 1 ano, com uma carga horária elevada e nota mínima de 7;
2. Ter segundo grau completo;
3. Comprovar moradia fixa e contínua no local selecionado;
4. Ter emprego;
5. Não possuir nenhum registro de condenação em primeira instância;
6. Não ter participado anteriormente do cargo escolhido;
Qualquer interessado poderia se tornar elegível, todas as propostas acima são de caráter preparatório, pobres e ricos poderiam segui-los e teriam as mesmas oportunidades.
Depois de passar nesta peneira, os aprovados seriam escolhidos por sorteio, o legislativo deve representar a sociedade, então todos deveriam ter as mesmas chances, nada mais justo que o sorteio.
Acho que fui longe desta vez, talvez até tenha radicalizado demais, me ajudem, tragam mais propostas e aprimoramento destas ideias e sempre tenham em mente: do jeito que está não dá, né?