sexta-feira, 27 de março de 2009

Zaratustra - Nietzsche - Parte 1

A filosofia de Nietzsche procura mostrar que os valores são criados por nossa sociedade historicamente, e que eles definem-se nas relações sociais, diferentemente da filosofia metafísica que cria o mundo das essências. Ele mostra como a filosofia ocidental tradicional, vencedora, montada sobre os pensamentos de Sócrates e Platão e continuada pelo cristianismo inverteram a relação dos homens com os valores, de criadores passaram a criaturas, tornaram-se reféns dos valores da moral cristã.
Neste sentido, a saída desse estado de fraqueza no qual mergulhou o homem ocidental é apontada a partir de uma perspectiva que se situe para dos valores vigentes. Entretanto, posicionar-se além destes valores significa tomar consciência de que o homem é o criador dos valores, de que sua essência é a vontade de potência e desta todos os valores são criados. Viver além disto aponta para a emergência de um novo homem, designado por Nietzsche de super-homem.
O super-homem exercita sua vontade de potência e deseja o eterno retorno. Demonstra aqui o apego do homem à vida na terra em contraposição ao ideal platônico, através deste o homem negava sua própria existência, enfraquecia-se, pois deslocava toda sua energia, toda sua força para a mortificação, para o alcance de outra vida em um mundo superior, do além.
Assim sendo, percebemos que Nietzsche escreve procurando fugir do conceito, de uma filosofia racional, de uma filosofia metafísica. Por meio dessa construção ele aponta que na fase do camelo o espírito só encontra ‘tu deves’. Aqui o peso da moral tradicional domina o homem por completo. Mas, nesta reação ao que está posto e que nega a própria existência do homem, uma segunda fase se aproxima e o leão representa o esforço para conquistar o direito a liberdade de poder criar valor.
O camelo é caracterizado como aquele que carrega o grande fardo por não ter a coragem de se rebelar contra as condições que lhe são impostas pelo mundo que o cerca. Já o leão ocupa, de certa forma, um lugar um pouco mais privilegiado por ter características transformadoras no sentido de que ele cria espaço para se fazer algo novo ao se rebelar contra a situação vigente, mas, apesar dessa liberdade transformadora, é incapaz de criar novos valores.
O leão ainda não pode criar valor, ele ainda escuta a cultura se impondo e dizendo que todo o valor já fora criado. O leão representa a força e luta afirmando ‘eu quero’ criar valor. Conquistada tal liberdade, uma terceira fase se aproxima, trata-se da fase da criança. Esta indica o esquecimento.
A criança constitui um novo começo, aqui não há mais nada a destruir, não há mais nada a negar, só resta dizer sim, afirmar a vida, criar valor e desprezá-lo. Aqui não há mais submissão, o homem se assumiu enquanto criador. Tal posição assumida implica numa nova vida.
O espírito de criança é a claridade, a transparência, a inocência, o começar de novo a cada instante desafiador, um quebra-cabeças que vai se completando de forma constante no decorrer dos dias. E acima de tudo é criatividade, é um jogo do criar diante das situações cotidianas. Quando o espírito consegue atingir a condição de
ser criança pode-se dizer que ele conseguiu escalar vários degraus na esfera do entendimento humano

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ajuda para repensarmos o Brasil

Pensando sobre nossas conversas, lembrei de um texto que gostaria de compartilhar com vocês. Ele foi criado para um concurso de redações organizado pela UNESCO, cujo o tema era "Como vencer a pobreza e a desigualdade". Vale a pena refletir. Vejam o material na integra: http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001576/157625m.pdf



Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ

'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência… Exagero de escassez… Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que ‘dos filhos deste solo és mãe gentil.’, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não ‘tapa o sol com a peneira’. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro PACote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra… Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)… Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos…
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente… Ou como bicho?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Platão: Reflexão sobre o capítulo VII – Alegoria da Caverna

Para Platão o mundo no qual vivemos é considerado sensível, ou seja, um mundo percebido pelos sentidos não pela razão ou pela verdade. Este mundo não é perfeito, ou real, é imperfeito e mutável, formado pelo conhecimento sensível das coisas ou objetos.

Portanto existe outro mundo ou plano, no qual as coisas e a realidade são verdadeiras e reais, este mundo é considerado perfeito, as formas são a perfeita materialização dos sentidos. Este mundo não admite imperfeições ou adequações. As coisas são reais, por isto Platão classifica como um mundo onde as idéias das coisas são perfeitas e onde são criadas a verdade e a beleza das formas.

Na alegoria da caverna, Platão busca explicar como estes mundos se interagem e como a realidade das formas é revelada. O mundo no qual vivemos, hoje, é revelado como se estivéssemos numa caverna, onde apenas percebemos o reflexo das formas que são transmitidas para dentro da caverna, enxergamos através dos sentidos a sombra ou reflexo das formas perfeitas que estão no mundo real, que está fora da caverna. Durante a vida ficamos aprisionados dentro desta caverna pelos nossos sentidos acreditando que estamos vendo as formas como realmente são. Então neste mundo apenas vivemos e percebemos aquilo que nossos sentidos podem nos mostrar, não enxergamos a vida e as formas reais, elas estão apenas nas idéias, ou seja, no ideal da forma perfeita.
Considero de fundamental importância à forma como Platão descreve estes mundos, nesta alegoria, e qual o papel do filosofo neste contexto. Através do conhecimento e reflexão da verdade o filósofo é aquele que se desprendeu das correntes que nos mantêm presos na caverna e consegue ver e enxergar o mundo intangível, o mundo onde as formas são perfeitas, o mundo das idéias, onde a verdade da imutabilidade das coisas predomina. No entanto, após a percepção da verdade e perfeição das formas, o filósofo não consegue mais viver nas sombras e imperfeições das formas dentro da caverna, e procura mostrar aos outros que aquilo na qual acreditaram ser perfeito, na verdade não passa de sombra e que não se configura na realidade dos objetos. Por isto como o filósofo percebe o mundo de maneira diferente é geralmente taxado de louco, vivendo no mundo da lua, mas na verdade ele é o único que conhece a realidade da existência e das formas perfeitas, segundo Platão.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Porque Deus me criou?

Caros, hoje uma pessoa muito religiosa veio me questionar porque duvido da existência de Deus, e eu prontamente respondi a ela com outra pergunta: "Porque Deus me criou então? se ele criou o mundo deve ter tido um propósito, não acha?", ela ficou pensativa e com receio de responder alguma besteira, acho que ela nunca havia se perguntado sobre isto.
Na verdade comecei a questionar sua existência a partir desta pergunta, nunca consegui uma resposta coerente. Já perguntei a um padre que apenas me disse que ele me criou por amor, acho esta resposta muito vaga, alias, por amor??? Como podemos criar algo por amor, como podemos amar algo que ainda nem criamos e nem sabemos como será, sei que não podemos responder perguntas divinas apenas com a lógica, mas gostaria de, pelo menos, ter uma resposta sensata de alguma religião.
Não posso afirmar que Deus não exista, mas também não podemos afirmar que ele existe, ao menos, pelo conhecimento humano adquirido até agora. Se o virem por aí, me avisem, ok?
Alguém se habilita a responder esta pergunta?

Novas idéias

Fiquei muito feliz ao participar do XI Encontro Nacional de Filosofia. Encontrei tantas pessoas buscando o aprofundamento das questões filosóficas, foi realmente gratificante. Mas algo tem me deixado inquieto.

Acho que os acadêmicos têm procurado demasiadamente aprofundar questões levantadas por filósofos passados. São questões muito relevantes, mas formuladas por indivíduos em épocas remotas e com idéias de um mundo diferente do atual.

A filosofia, atualmente, encontra na ciência um aliado importantíssimo. Não podemos mais viver questionando a física aristotélica, vivemos numa realidade diferente. Considero que a filosofia atual deve ser baseada nas descobertas científicas atuais, na qual podemos imaginar e criar milhões de idéias originais e novas.

Não tiro a importância de nossos antecessores, claro que não. Muito do que foi escrito é importante até hoje e talvez para sempre, mas não tenho visto trabalhos inovadores, apenas críticas a trabalhos já realizados.

A ciência descobre a cada dia teorias e realidades diferentes e novas, então porque a filosofia também não pode buscar. Não temos nestes últimos anos grandes inovações filosóficas, acho que isto deve mudar. Temos que voltar a nos deslumbrarmos com a observação da vida e da realidade em que vivemos hoje.

Porque filosofia?

Porque estudar e aprender filosofia? Esta é uma questão que tem me sido apresentada pela sociedade, amigos, colegas de trabalho e familiares. Porque um ser bem sucedido, aceito pela sociedade, pensaria em buscar questões enigmáticas, sem respostas, coisas vagas que não trariam nenhum resultado prático.

Acho que a palavra “Prático” me sugeriu um comentário, o que é prático nesta sociedade? Seria a busca de algo que melhorasse minha aceitação no mercado de trabalho, seria algo que pudesse imediatamente se transformar em capital, seria a busca incessante por um bem necessário, ou desnecessário?

Bem, senhores, acho que vou começar buscando uma ajuda em meus remotos companheiros de estudo, como Sócrates, que diz em seu julgamento final: “Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuides menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior, mas se alguém afirmar que digo outra coisa, mente”. Não quero com isto tentar persuadir ninguém, já que muitos de vos, tem milhões de argumentos sobre a loucura que é alguém estudar filosofia hoje, mas gostaria apenas de tecer alguns pequenos comentários.

Porque seria importante então, para minha existência neste planeta, nesta época ou nesta vida, viver buscando satisfazer meu ego? Porque viver para comprar um carro novo, um apartamento melhor, segurança financeira, reconhecimento pelo talento ou conhecimento em acumular capital? Estas perguntas, amigos, têm me feito refletir mais do que vossas questões filosóficas vagas e sem respostas. Mesmo não acreditando em outras vidas, ou em paraíso, ou em Deus, ou em Cristo, ou em qualquer outro pacote espiritual e religioso, porque será que nossa existência se basearia nisto, em simplesmente satisfazer nossos desejos superficiais, ou seja, prazeres proporcionados pelos nossos sentidos. Acredito que até o mais cético dos homens pensaria em como seria vaga esta existência, esta transformação da consciência, este momento de evolução da mente, se realmente fosse apenas crescer com saúde, ter muitos filhos, um bom apartamento, reconhecimento social, etc. Porque será então, que nos livros de história, lembramos de Sócrates, que dizia que a vida sem exame não é vida digna de um ser humano, e não de algum rico mercador ou cidadão respeitado de mesma época? Viver por viver não me parece inteligente, principalmente para o grau e nível de consciência que o ser humano adquiriu deste os símios (nossos ancestrais). Acho realmente que não vivemos como animais apáticos sem sequer questionar nosso ambiente e meio de vida.

Gostaria apenas de lembrar que há apenas alguns anos atrás, vivíamos por uma utopia, cidadãos do mundo eram influenciados pela construção de uma nova sociedade, sem guerras e autoritarismos. Hoje, vivemos para o sistema novamente. O que teria feito mudarmos tão rápido de opinião? O capitalismo? Os EUA? Ou quem sabe a mídia com a televisão? Vive-se apenas para produzir, para alimentar o acúmulo de capital, criam-se demandas e necessidades para nossos egos, não para nossa consciência. O mundo se tornou totalmente material, criam-se datas comemorativas apenas para aumentar a produção, o natal cristão é repartido individualmente, em família e não com nossos irmãos mais necessitados, conforme pregava o Cristo. O acúmulo individual de bens tornou-se fundamental para nossa aceitação social. Será que nossa existência deve-se basear apenas nisto? Será que nossos antepassados, que viveram em sociedades onde o foco era outro, estavam errados? Será que agora o homem atingiu seu ápice de evolução? Que o capitalismo terá sempre o mesmo foco material e que nossas gerações futuras buscarão as mesmas coisas que nós?

Filosofia nada mas é, que buscar um conhecimento das coisas, da realidade, do ser humano, da importância da vida. Buscar mudar e transformar a vida em nossa volta me parece fundamental hoje ou em qualquer outra sociedade. O filósofo acredita que nesta busca cresceremos como homens, já que a experiência de nossos antepassados nos tornaria maiores em conhecimento e a ignorância de vivermos nossas vidas apenas pela ordem social vigente, se dissiparia. A vida não pode ser vivida apenas pelas imagens e obrigações impostas pelo mundo na qual somos criados, precisamos aprender a viver e libertar nossos sentimentos e desejos mais íntimos. Portanto me parece de vital importância perceber a realidade a minha volta e decidir sozinho qual escolha devo tomar, sem preconceitos nem imposições sociais, minhas escolhas serão, então, livres.

Pois é, escolhi filosofia para não viver uma vida que não é minha, uma vida não escolhida por mim. Quero ter consciência de minha existência e a partir daí, tomar minhas próprias decisões. Filosofia é liberdade de consciência, é eternamente buscar a verdade. Se vou descobrir? Todos os filósofos têm consciência de que provavelmente nunca descobrirão, mas a busca pelo conhecimento e a inquietude de não viver na ignorância nos fascina, nos move, nos alimenta a cada dia. A percepção de enxergarmos o mundo pelos ombros dos gigantes que nos antecederam é deslumbrante. Aumentamos nossos horizontes a cada livro, nos libertamos a cada frase. Qual o propósito deste texto mesmo? - Porque estudar filosofia? Liberte-se amigo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Poesia

ATÉ MESMO A PEDRA MAIS DURA
HÁ DE UM DIA QUEBRAR
OU POR UMA GOTA PERDIDA NO TEMPO
OU POR UM HUMILDE SOPRO DO AR

ATÉ MESMO O MAIS PERSISTENTE
HÁ DE UM DIA AJOELHAR
PORQUE NÃO HÁ RAZÃO TÃO PURA
QUE O AMOR NÃO POSSA FURAR

ATÉ MESMO O MAIS CEGO
HÁ DE UM DIA ENXERGAR
OU PELAS MÃOS DE UM CARINHO
OU POR UM SIMPLES DESPERTAR

ATÉ MESMO O MAIS ENDINHEIRADO
HÁ DE UM DIA CHORAR
PORQUE MESMO TRANCAFIADO
NOSSOS CORAÇÕES PODEM FALAR

Sim, nós podemos

“Quando buscamos aquilo que acreditamos
Podemos mudar as coisas em nossa volta
Mudamos, desta forma, nossas relações interpessoais
Mudamos nosso trabalho
Mudamos nossa sociedade e
Mudamos nossa Era.
Também, acreditem, podemos mudar o Universo.
Foi através desta ação que evoluímos e que a humanidade chegou até aqui.
Foi através da demonstração e coragem de fazer algo diferente que não somos macacos até hoje.
Nossa criatividade e força de vontade fazem nossa evolução e transformação no universo.
Alguns acham que esta atitude demonstra imaturidade
Pois foram condicionados a fazer o que sempre foi feito
Estes, infelizmente, vão ser marionetes pelo resto da vida
Por isso meus colegas, por favor, não deixem um “NÃO” frustar seus sonhos e ideais
Suas vidas e a de gerações futuras são mais importantes.”

Formatura nada convencional

É incrível como as pessoas têm medo do diferente, misterioso, e inovador. Quando o homem se depara com o que nunca experimentou, tende a repugnar, com medo do inesperado.
Um dia depois de passar algum tempo pensando, junto com meus colegas, onde poderíamos realizar nosso baile de formatura, começou a aparecer em minha mente (completamente louca para meus colegas) algumas idéias, que de um certo modo chocariam muitos familiares e amigos. A primeira foi diferente, mas não estranha, numa boate. Alguns colegas sem pestanejar acoaram um NÃO, explicando onde ficariam as mesas, a escuridão seria muito grande, os convidados roubariam seus whisky sem que podessem ver. Sem perceberem que se mudassem seus paradigmas de formatura alguns problemas poderiam ser resolvidos, e até coisas novas surgidas.
Esta mente louca que vos fala não tardou muito para ter mais uma idéia, esta sim diferente e muito esquisita, num ferry-boat. Depois de muito estardalhaço e gargalhadas de alguns, me chamaram de louco e mandaram esta mente pirada parar com sua produção de idéias malucas, que naquela altura poderia até destruir com o mundo.
Pensem comigo racionalmente sem medo do novo, um ferry-boat até que seria muito razoável e quem sabe o futuro das formaturas atuais. Se pensarmos que numa formatura tradicional as pessoas morrem de calor com trajes completamente fora do tempo e espaço, aliás os trajes poderiam ser tema de um outro artigo, num ferry em plena baía de todos os santos com ventos noroestes por todos os lados amenizariam muito este grande incômodo que terno e smoking nos proporcionam.
Estaríamos abençoados por Iemanja, onde quem sabe as formandas poderiam até ofertar seus buquês de rosas, depois da valsa é claro. E os formandos acrescentar na sua lista de homenageados nossa rainha do mar, pelos momentos de alegria tomando um banho de sol na praia, bem longe das salas de aulas.
Pelos menos para os seguranças seria uma maravilha, muito difícil um penetra em alto mar, porém teriam que ser contratados salva-vidas, ninguém sabe o que um formando depois de ter se livrado da graduação e ter tomado todas, poderia fazer ao ver um mar tão encantador como o da baía de todos os santos.
As mesas poderiam ser presas. Um gerador poderia ser colocado para gerar a eletricidade suficiente para a banda. De cima do ferry teria uma visão perfeita para a filmagem das mesas. Poderíamos solucionar a maioria dos problemas se tivermos criatividade e eficácia dos gerentes de Michael Porter.
Os horários deveriam ser seguidos da partida e chegada, a banda teria que ser mais que excelente já que a festa começaria e terminaria com todos a bordo, satisfeitos e insatisfeitos. Também poderia existir um barco de emergência para os entediados irem embora.
Como recompensa, seríamos a grande manchete do próximo fantástico, sendo entrevistados pela equipe de jornalismo da globo como os mais criativos recém administradores do mercado, e olha que tem um monte de administradores por aí que jamais apareceram na tela global, e sequer realizaram coisa igual. Seria mesmo uma farra nos concorrentes.
Imaginem só o amanhecer do primeiro dia de formados em pleno mar. Um café da manhã poderia ser providenciado. Um banho de mar logo no amanhecer em alguma das praias da nossa baía.
Com certeza a primeira idéia dos pessimistas seria se justamente no dia do baile caísse um belo temporal e o mar fosse impróprio para nossos avós, coitados, ficarem em pé. Acho que o maior problema seria os caros whisky que numa virada do barco para um lado aqueles que estivessem escondidos embaixo da mesa apareceriam e até parariam em outras mesas causando uma grande confusão entre os proprietários.
Eu até tenho algumas idéias surgindo agora em minha mente, mas gostaria que você leitor viajasse um pouco e depois com uma grande resposta para os mais tradicionais poderia propor esta idéia, até agora maluca, para sua próxima formatura.

Violência

A violência tem tomado proporções inaceitáveis, todos os dias surgem novos crimes em destaque nos meios de comunicação, invariavelmente piores do que os tidos até ontem como intoleráveis ou absurdos, experimenta-se um curto período de sobressalto, até que o assunto cai novamente no esquecimento.

A sociedade, em grande medida embrutecida, se acostumou a encarar a criminalidade com uma mistura de frieza e medo resignado. As autoridades também tem mostrado uma impassibilidade inaceitável diante da escala da violência.

Existe a necessidade de discutir a reestruturação das corporações policiais e o próprio conceito de segurança pública.

Não há solução simples para o problema, o que não impede que grande esforço seja feito para minimizar seus efeitos. É preciso acordar para o fato de que à sua volta, em imensa maioria, vive-se mal, morre-se muito por muito pouco.