terça-feira, 29 de setembro de 2009

A evolução do homem como animal

Apesar de extremamente debatido e criticado, ainda hoje, pelas diversas religiões do planeta, o tema da Teoria de Evolução proposta por Charles Darwin no século XIX merece uma análise e maior aprofundamento sobre o esclarecimento do surgimento da vida em nosso mundo.
A ciência já teoricamente provou as etapas da vida em nosso planeja, existem provas comprobatórias da evolução da vida e da criação do Homo Sapiens. Estamos apenas numa fase do tempo da vida na Terra, um lugar no futuro, presente e passado deste planeta. A vida evoluiu e pelas adversidades e seleção dos mais aptos surgiu um ser que pôde ter a consciência de sua própria existência, um ser tão complexo capaz de refletir sobre sua vida e morte, de poder ter suas próprias escolhas, desejos e sonhos. Este ser tornou-se possível devido a várias conjunturas, e que ainda não evoluiu o suficiente para afirmarmos que trata-se de um ser racional, nós ainda não somos racionais, acredito de ¾ de nossas ações são providas pelo instinto animal presente em nossa natureza e apenas ¼ seja racional.
Existem outros seres vivos que tem consciência de sua existência também, e que utilizam a razão, claro que menos que nós, mas tem os mesmos elementos básicos do desenvolvimento da razão. Exemplo de animais com consciência de si mesmos: Chipamzé, Golfinho-Nariz-de-Garrafa, Elefante Asiático.
O que poderíamos classificar de racional? O que é ser racional? Estas perguntas são, em meu modo de ver, a grande gestão do momento, até que ponto podemos nos auto declarar racionais. A racionalidade provém de análise e de reflexão sobre as melhores escolhas e não as escolhas que nos proporcionem mais prazeres. Somos impulsionados pelo desejo de satisfação de nossos desejos, que são instintivos, desejos criados a partir de nossa ancestralidade animal presente em nossos genes.
Temos a capacidade de nos tornarmos seres realmente mais evoluídos, ou seja, que utilizem mais racionalidade do que instinto. Vislumbramos inteligência em alguns setores de nosso planeta, porém ainda há muita ignorância em outros. Acredito que estamos neste instante, vivendo nossa transição para uma nova espécie que poderíamos chamar de Homo Logos, ou seja, coexistimos com seres que já utilizam bastante razão em suas decisões e seres ainda muito desprovidos dela.
Não estou propondo esquecermos as emoções e apenas vivermos totalmente racionais, pois neste caso seríamos iguais as máquinas, estou propondo um aumento, um acréscimo do percentual de razão em nossas decisões, acredito que viveríamos bem melhor, a emoção nos ilude muito, nos deixa cegos, lembram do artigo sobre a felicidade: “Prefiro acreditar que a felicidade está baseada na condição humana de estar em harmonia com nossas virtudes que somente podem ser alcançadas através da busca da compreensão de nós mesmos e do mundo, nesta busca, a confiança que vamos adquirindo sobre nossas pontecialidades nos tornam mais fortes, confiantes e consequentemente felizes” (http://ligadavirtude.blogspot.com/2009/05/ignorancia-e-felicidade.html)
Não consigo ver felicidade verdadeira sem análise e razão, mas também não consigo vê-la sem a paixão que nos move. Viva novamente a razão com paixão (risos).
Abraço a todos e já espero muita polêmica.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

As diferenças de amores

Tanta foi a polêmica sobre o tema de família e amor entre seus membros que gostaria de estender (só um pouquinho, prometo) o debate.
Primeiramente não questionei o sentimento amor em sua plenitude, em todo o debate sobre família, valores familiares, e amor entre pais e filhos, questionei e questiono a validade do amor entre pais e filhos.
Este amor está contaminado por vários fatores:
i) Natural: todos os mamíferos possuem um sentimento forte entre a genitora e sua cria, este sentimento, podemos chamar de amor, instinto animal ou qualquer outro nome, precisa ser forte, precisa ser prazeroso, senão nenhuma mãe amamentaria seus filhos ou filhotes;
ii) Social: existe um padrão social e religioso envolto com a família, a sociedade cobra de todos fidelidade entre seus membros, este padrão traz problemas sérios internamente, já que são pessoas diferentes e que trazem muitos conflitos de convivência;
iii) Religioso: todas as religiões pregam a família, isto acontece para tirar a individualidade de cada um, é mais fácil convencer e enganar um ser que precisa preservar seus valores familiares que um ser sem laços fortes de grupo, ou família;
Em momento nenhum estou dizendo que não pode existir amor entre estes membros, claro que pode, com a convivência, o respeito, afinidade o amor pode prosperar. Questiono apenas a obrigação e a imposição social, religiosa e natural destes laços.
Já o amor entre um homem e uma mulher é diferente, ambos não tem nenhuma obrigação natural (seria apenas de sexo para reprodução ou prazer), social ou religiosa (poderia ter em épocas passadas, por isto mesmo o amor era mais difícil nestes tempos) de se amarem reciprocamente. A decisão de amar ou de adorar aquela pessoa é totalmente espontânea, individual e pessoal.
Quero afirmar, justamente pelos argumentos exposto, que o amor romântico de um casal é muito mais intenso, forte e emocional que entre pais e filhos. Talvez justamente por isto, ele acabe de forma mais rápida. Não existem obrigações de amar a ou b, é pessoal e, portanto vem muito intensamente e vai embora à mesma velocidade.
Não critico, nem jamais vou eliminar o sentimento “Amor”, critico a obrigação de existi-lo e que é muito comum nas famílias. Se a sua não for assim, ótimo, mas não analisem olhando para suas experiências pessoais. As idéias precisam ser debatidas pela razão, emoção traz sentimentos que se expressão pelos sentidos, e sentidos não são bons em descrever a realidade, nos enganam o tempo todo.
Outro ponto é a presença da emoção, jamais viveremos sem emoção, sem ela nada faz sentido, mas ela não deve ser objeto de avaliação nem de análise de nada, ela nos engana assim como nos traz satisfação. Nossas experiências pessoais não devem ser parâmetros para opiniões nem para desenvolvimentos de idéias universais, devemos sempre estudar os diversos aspectos das relações humanas ou físicas pela razão, pois ela nos deixa independente do objeto de estudo.
Ok, não vou fugir do tema inicial, tragam suas opiniões, abraços a todos com muita emoção.

Liberalização das drogas

Vamos falar sobre um assunto para lá de polêmico, envolve nosso cotidiano, nossas vidas, a de parentes e amigos e afeta nossa liberdade individual. Mas uma vez não quero expor minha opinião como algo imutável nem definitivo, temos poucos exemplos de casos bem sucedidos no mundo e, portanto não devemos aceitar nem tomar nada como conclusivo.
Vou avaliar o tema de acordo com alguns tópicos importantes como:
Ø Violência
Ø Econômico
Ø Político
Ø Social
Violência: De acordo com ONU, 200 milhões de pessoas no mundo consumiram drogas ilícitas no mundo em 2003, não tenho dados mais atuais, e são justamente estas pessoas que alimentam um enorme mercado de bilhões de dólares (US$ 50 bilhões somente com cocaína) e que contribuem para outros crimes associados, como homicídios, roubos, furtos, trafico de armas, trafico de pessoas, prostituição, entre outros.
A violência gerada neste negócio é extremamente elevada.
Econômico: A quantidade de dinheiro ilegal que movimentam é enorme, somente com cocaína estima-se em 50 bilhões de dólares, este dinheiro é utilizado para outros crimes, como lavagem de dinheiro, corrupção de políticos, advogados, contadores, juízes entre outros.
Outro ponto importante é a falta de cobrança de impostos destes produtos, deixamos de arrecadar bilhões em impostos sobre um produto de consumo.
Político: Imaginem uma organização criminosa influenciando a política, pois temos vários exemplos no mundo, das favelas do rio até em países como Colômbia e Venezuela.
As drogas estão em todo lugar e influenciam tudo em nossas vidas
Social: Não vou entrar no debate das pessoas que se destroem usando drogas, de acordo com estudos, somente 15% dos usuários de drogas se viciam ao ponto de desestabilizar suas vidas. A grande maioria dos usuários vive normalmente e usa drogas regularmente.

Vamos avaliar os aspectos positivos e negativos da liberação das drogas e debatê-los.
Aspectos negativos:
Ø Existe um medo muito grande do aumento imediato do consumo principalmente das drogas leve, como maconha. É bem possível que isto aconteça, com a venda liberada, jovens que ainda não experimentaram podem vir a utilizarem pela primeira vez. No entanto não temos como afirmar que estes jovens, após a primeira experiência voltem a consumir;
Ø Aumento do numero de acidentes de transito ou acidentes em decorrência do uso inadequado das drogas;
Ø Aumento do numero de problemas decorrentes do acréscimo de usuário, principalmente em família;
Ø Aumento dos gastos com saúde em decorrência de um numero maior de usuários;
Ø Aumento, provavelmente significativo, do numero de outros crimes como roubo, furtos e etc. Estatísticas provam que um aumento na fiscalização das drogas trazem um aumento no índice de outros crimes pela migração dos criminosos para outras formas de práticas ilegais.
Reparem que a maior parte dos aspectos negativos decorrem do aumento do numero de usuários, no entanto não temos como afirmar que no médio prazo isto venha a ocorrer, em países como a Holanda e Dinamarca isto não ocorreu, mas estes países possuem um alto grau de desenvolvimento humano, não sabemos como seria num país em desenvolvimento e nem tanto com o país subdesenvolvido.
Aspectos positivos:
Ø Fim do submundo envolvido no trafico e venda de drogas;
Ø Cobrança de impostos elevados sobre a venda de droga, visando suprir o aumento dos gastos com saúde;
Ø Controle maior sobre o numero de usuário e estabelecimento de estratégias para as campanhas de conscientização;
Ø Fim do dinheiro ilegal que alimenta outras formas de crime. O dinheiro das drogas faz girar um mercado negro de financiamento de corrupção, e outros crimes ligados;
Ø Fim dos homicídios ligados ao tráfico de drogas;
Ø Fim da corrupção dos poderes públicos ligados ao mercado das drogas;
O maior ganho de todos e o mais importante é a liberdade individual de qualquer indivíduo fazer o que quiser de sua vida sem o controle do estado. O estado não pode (JAMAIS, sou mesmo um liberal) interferir na vida privada de cada um. Quando digo isto, me refiro a vida privada, não aquela que influencia a de terceiros. Por exemplo, quando alguém usa drogas em casa, isto diz respeito somente a ele, mas quando este indivíduo usa drogas e sai dirigindo um carro, este interferindo na vida publica da sociedade e saindo de sua vida privada.
Afirmo isto com muita convicção e sei que será tema de muita discussão. A sociedade não pode interferir, nem tomar partido, nem emitir opinião na vida privada dos indivíduos por isto sou a favor da liberação total das drogas e do de tudo que possa ser consumido ou vivenciado na vida particular de cada um, porém a liberdade de cada um termina quando interfere na do seu próximo, combinado.

Toda mudança traz pontos positivos e negativos, vamos encontrá-los sempre, precisamos avaliar se os positivos são maiores que os negativos, isto deve ser debatido e experimentado antes de uma decisão final, estou propondo apenas um debate, nada de sociedade alternativa (risos).

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O que é morte? – Visão da ciência – O quebra cabeça da senescência

Voltando um pouco ao início das discussões sobre a morte, gostaria de acrescentar que este tema não é fúnebre, estudamos a morte para explicar a vida, ou seja, não podemos nem devemos fugir do nosso destino. Quando levantei o tema proposto queria na verdade estudar como se processa a vida dos seres vivos e não propriamente a morte.
Voltando ao assunto, a morte do ser humano começa com a morte das células individuais e é totalmente explicada por ela. Morte por ataque cardíaco, câncer, ou simplesmente velhice é morte causada por morte de células individuais. No entanto vimos anteriormente que a morte não é, a priori, uma exigência da vida. A morte das células somáticas – que morrem compulsoriamente - somente surgiu depois quando o DNA começou a fazer cópias de si mesmo e que seriam utilizadas para fins diferentes da reprodução. Para os seres humanos, isto significa que, depois que um número razoável de células germinativas tiver oportunidade de conferir seu DNA reprodutivo para gerações seguintes, o resto de nós – nosso eu somático – vira excesso de bagagem. Esta é a ordem biológica da senescência e morte.
Do ponto de vista humano, nosso eu somático é onde estão inseridas coisas como mente personalidade, consciência, amor e vontade, ou seja, coisas que nos definem como indivíduos únicos. Pensamos na reprodução apenas como uma das muitas atividades em que podemos desenvolver, mas não é assim que a natureza nos criou, fomos feitos para reproduzir e morrer. Temos usado nossa mente para inventar sistemas complexos de crenças para explicar a morte. Nenhum deles nos retrata como excesso de bagagem. Nenhum deles nos dispõe como meros instrumentos para transmitir DNA. No entanto, quando levamos a origem de nossa mente para além da mente e da crença, para seus verdadeiros primórdios – a morte das células individuais – chegamos a uma conclusão sombria e nada agradável: a irrelevância, no esquema maior do universo, de nosso eu somático. Não admira que a crença triunfe com tanta freqüência sobre a razão.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fé x Religião

Por Camila Lisboa:

A leitura do texto sobre Fé x Razão (http://ligadavirtude.blogspot.com/2009/07/por-um-mundo-mais-tolerante.html) me fez querer discutir outra coisa: Fé x Religião, que na minha percepção são idéias distintas. As pessoas podem não seguir uma determinada religião, mas põem captar os ensinamentos que lhes pareçam mais interessantes em diversas religiões e estabelecer suas próprias doutrinas de viver baseadas no bem.
Infelizmente a religião não seguiu o seu propósito de União, vinda do verbo “religare” do latim. Os seres humanos e toda sua inteligência deturparam a essência da religião quando perceberam nela uma ferramenta de força e poder, utilizando-a de formas negativas. Foram se criando assim diversas religiões e o que por princípio deveria “re-ligar” as pessoas fez surgir blocos de doutrinas e pensamentos segregados.
Não vou discorrer sobre religião, pois este não é o foco deste texto. O que venho defender aqui é a Fé. Esta é uma das palavras mais fortes e presentes na vida de quem busca a felicidade. Fé pode ser em qualquer coisa... Fé que você vai conseguir correr 10km, fé que vai concluir um trabalho com sucesso, fé que um membro da família vai se curar... Simplesmente fé que não é mais do que acreditar com muita força de que algo que se deseje muito irá de fato ocorrer com sucesso.
Algumas pessoas atribuem a conquista de seus desejos de fé a Deus. Bem, para mim Deus é uma ilustração da força de vontade humana... Quando se diz que a fé move montanhas, nada mais é do que a força do homem focada em algo com muito vigor e desejo.
Adoro ler sobre grandes aventuras humanas e vejo a fé presente nas conquistas de homens que se depararam em situações onde só existiam eles, a natureza (com toda sua força e adversidades), a vontade de sobreviver e superar obstáculos e ninguém para contar. Nesta hora estas pessoas são regidas pela FÉ DA SOBREVIVÊNCIA. Por causa dela, podem ficar dias sem comer e mesmo assim ter forças para superar obstáculos que a ciência não explica.
Poderia dar INÙMEROS exemplos de fé aqui, de experiências pessoais, com amigos e relatos e livros que li. Vou comentar apenas um que para mim é uma das estórias mais impressionantes de força humana e fé que é a história de Shackleton. Foi a fé na vida que fez com que ele e sua tripulação completa sobrevivessem, apesar da escassez de comida, abrigos, referências e frio encontrados na Antártida no início do século passado. Recomendo esta leitura, é um exemplo de fé, determinação, coragem e liderança, além do enredo emocionante: A Incrível Viagem de Schackleton.
A fé na cura também é algo impressionante. É lindo ver pessoas reunidas em prol de ajudar a salvar a vida de alguém, seja através de doações, preces, conversas ou sorrisos. Esta energia dividida entre pessoas que amam alguém e desejam o seu bem é um ensinamento genuíno de amor e união através da fé. A fé une pessoas, independente de cor, raça, idade, classe social e religião – esta união vem da idéia comum, pensamentos positivos e ações em prol de ajudar o próximo. É uma pena que muitas pessoas só recorram à fé em momentos de desespero, mas é justamente nestes que fica claro a idéia de que somos todos iguais e a união de forças é a melhor forma de vencer barreiras, principalmente na luta pela sobrevivência.
O que defendo não é a religião em si e sim a MENTE RELIGIOSA, aquela voltada para o bem, que ama o próximo como a si mesmo.Conheço pessoas que vão à missa todos os domingos e, no entanto adoram uma fofoca e não têm uma postura religiosa na vida. Conheço outras ATÉIAS que negam a Deus e têm uma conduta exemplar de humanidade. Não existe um padrão de se ser religioso ou não faz as pessoas melhores ou piores, acho que a bondade e o amor estão no coração de cada um e cabe a cada pessoa expressar isso como sentir que é melhor. A religião pode servir apenas como ferramenta para uns... Cada um tem seu meio, não julgo nenhum.
Andar com fé: http://www.youtube.com/watch?v=yIyerOldVYA&feature=related

Camila Lisboa

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O que é a morte? – Visão da Ciência – Porque envelhecemos?

Se realmente somos programados para morrer, se escaparmos de todas as outras formas de morte, quando chega a hora, morremos. Uma pergunta tem sido objeto de estudo no meio científico: porque envelhecemos? Porque apenas as células reprodutivas mantêm o potencial para a imortalidade enquanto todas as outras células, chamadas somáticas, envelhecem e perdem ao longo do tempo parte de seu DNA?
Dentre as muitas teorias sobre porque as células envelhecem, apenas duas são objetos de estudos atualmente:
1. Escola de pensamento “Catastrofista”: nesta escola acredita-se que à medida que as células param de se dividir, quando atingimos a maturidade física, a síntese das varias moléculas diminui muito, e começam a perde a capacidade de se reproduzir adequadamente, gerando cópias irregulares, incapazes de executar as tarefas vitais para sua sobrevivência;
2. Escola de pensamento “Programadores Genéticos”: percebe-se que diferentes estágios do nosso crescimento e desenvolvimento são programados e são irreversíveis, porque a morte das células também não seria? Os pensadores desta escola argumentam que se fosse uma questão de partes se desgastando, o que explicaria as enormes diferenças na expectativa de vida dos organismos pluricelulares, todos basicamente feitos do mesmo material molecular? Não existem diferenças reais entre as proteínas de um camundongo e de um ser humano. Porque um vive três anos e outro oitenta?
Na verdade as duas escolas têm argumentos sólidos e possuem provas convincentes, por isto acredita-se que as duas estão certas. As células realmente sofrem desgastes na reposição e reconstrução de seu DNA ao longo dos anos, as células somáticas não possuem instrumentos de correção das mutações, as enzimas de reparos do DNA são muito mais ineficientes que nas células germinativas ou reprodutoras.
Também existem evidencias em favor da determinação genética. Por exemplo, gêmeos idênticos morrem em média com uma diferença de 36 meses, ou seja, sua expectativa de vida é muito parecida, em irmão que não são gêmeos o tempo médio entre as mortes é de 106 meses.
Dentro deste cenário, outra pergunta vem à tona, porque já que descendemos de células imortais como os seres unicelulares, nos tornamos mortais? A resposta parece ser que todas as células de um embrião humano em crescimento retêm a propriedade da imortalidade, porém quando o embrião começa a sofrer as especializações ou diferenciação das células que dão origem aos órgãos e tecidos do indivíduo, todas estas células tornam-se mortais.
A idéia de a mortalidade ser geneticamente programada é importantíssima, pois, neste caso, poderíamos alterar este processo conhecendo os mecanismos.
Somos mortais porque é vantajoso, os seres precisam sofrer mutações para melhor se adaptarem ao meio (lembram-se da teoria da evolução das espécies).
Bem, este assunto está começando a se tornar interessante e levando a algumas perguntas:
 Poderíamos alterar a programação de morte em nossa DNA e nos tornarmos imortais?
 Quais os efeitos disto na natureza, já que bloquearíamos um processo natural de adaptabilidade sobre as alterações do meio ambiente?
 Existem seres imortais (seres unicelulares), porque não poderíamos também ser? A morte não é um co-requisito automático da vida.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que é a morte? – Visão da Ciência – Porque morremos?

Algumas perguntas têm intrigado os cientistas: porque a célula morre? Existiria alguma coisa inerente na natureza da vida que requer que todos os seres vivos morram?
Como relatado nos artigos anteriores certos os seres unicelulares como bactérias e amebas não possuem mecanismos de morte em seu interior, portanto somente podem morrer a causas acidentais. Então a morte não é inextricavelmente entretecida com a definição de vida. O ser humano, assim como todos os seres pluricelulares, deve morrer e há muitos mecanismos em nós para que morramos com toda certeza.
Parece que a morte que não pode ser evitada, ou morte programada, ou senescência, surgiu a partir dos primeiros organismos pluricelulares, estes seres apareceram quando a atmosfera começou a ser amplamente destruída pelo oxigênio, este gás é extremamente corrosivo e mortal. Isto fez surgir formas mais complexa de vida que pudessem sobreviver à mudança climática, este seriam os primeiro seres pluricelulares, estes seres tinham a capacidade de atribuir funções biológicas específicas a cada tipo de célula, atingindo também tamanho maior e capacidade maior de sobrevivência num mundo em transformação.
A morte programada fez sua aparição justamente neste período quando os primeiro seres pluricelulares começaram a reprodução sexuada. Neste momento uma pergunta ficou no ar: porque o sexo rapidamente se tornou a forma dominante de reprodução, já que antes a reprodução era assexuada, ou por fissão das células? A teoria mais aceita no momento e que acho mais adequada seria que o sexo produz variação genética na espécie trazendo uma maior adaptação das mesmas ao ambiente externo em transformação, ou seja, o início da evolução das espécies e seleção natural.
Uma segunda vantagem da reprodução sexuada é o reparo ou eliminação de erros genéticos, como os genes são misturados e redistribuídos aleatoriamente na descendência, reduzia-se assim o numero de cópias “ruins” do gene que flutuam pela população.
Outro ponto importante é que neste momento os seres pluricelulares passaram a ter células exclusivamente para reprodução, chamadas de germinativas, diferentemente de todas as outras células chamadas de somáticas. Estas células têm poder de se auto-corrigir mantendo seu DNA praticamente intacto por todo vida, já as células somáticas perdem parte do seu DNA com o tempo fazendo com que morram.
A morte pode não ser necessária para a vida, mas parece que a morte programada é necessária para que vejamos toda a vantagem biológica do sexo como parte da reprodução.
Que coisa, o sexo nos trouxe a morte.