segunda-feira, 8 de junho de 2009

Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita – Immanuel Kant (1º Proposição)

Neste último final de semana tivemos discussões e debate sobre a liberdade humana, até onde vai? Quais nossos limites? Para isto sugeri um estudo da idéia de liberdade em Kant, ao longo das próximas semanas, publicarei um resumo das 9 º proposições da “Idéia de uma história de um ponto de vista cosmopolita”.
Neste texto Kant procura estabelecer o fio condutor para um propósito humano na natureza, como ele próprio diz: “Um propósito da natureza que possibilite, todavia uma história segundo um determinado plano da natureza para criaturas que procedem sem um plano próprio”.
Para Kant a liberdade da vontade humana permite ao homem, individualmente, uma disposição irregular de desejos e ações que não permitem estabelecer um padrão ou curso regular de sua história, mas que coletivamente podemos perceber um padrão regular das disposições humana originais.
Agindo individualmente, buscando propósitos particulares, o homem, inadvertidamente, trabalha para a realização da raça humana, como um fio condutor de uma proposição natural de sua espécie, mesmo desconhecendo tal propósito.
Partindo deste fio condutor e tentando explicar a filosofia da história humana, Kant, estabeleceu algumas proposições nesta tentativa, conforme analisamos a seguir.
Na verdade percebo neste texto que Kant procura debater com Russeau sobre esta "liberdade". Para Russeau o homem livre é o homem em seu estado natural que ainda não foi corrompido pela sociedade, o homem que vive sozinho que procura apenas seu alimento para sobreviver, que não tem ambições de status sociais, este homem seria livre. Neste ponto começa a crítica de Kant, o homem, com seu propósito de sabedoria, por isto homo sapiens, é um ser social, o homem sozinho em seu estado natural é apenas mais um animal, não atingiria suas potencialidades. Para Kant a sociedade regula o homem, exigindo dele que seus propósitos sejam atingidos, levando-o a razão pura.
Acho bem interessante a apologia de Kant a vida em sociedade: "uma arvore plantada em um campo livre, cresceria e se desenvolveria de forma torna, com galhos espalhados para todos os lados, provavelmente uma arvore feia e sem atingir suas formas perfeitas, já quando plantada junto a outras, numa floresta, a mesma teria sua liberdade limitada pelo espaço das demais e assim cresceria de forma perfeita atingindo seu potencial máximo. O homem em sociedade é um homem sábio, o homem em estado natural é apenas mais um animal. Gosto muito desta afirmativa de Kant, o que acham?

Primeira Proposição

Para Kant, todas as criaturas têm uma razão para sua existência e estão destinadas a desenvolver completamente esta razão conforme seu fim. A natureza seria regulada por uma razão e, portanto todos os seres ali contidos deveriam possuir um resquício desta razão, ou seja, deve ter um propósito e conseqüentemente ser regulado por leis.
A natureza, assim como os seres nela contido, possui uma finalidade. Esta determinação da vida seria o fio condutor da razão.
Vale ressaltar que quando falamos de razão para a existência, Kant não estava se referindo a um destino divino, acredito que estava referindo-se a uma razão natural, provavelmente baseada em leis naturais sobre a existência da raça humana.

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