segunda-feira, 29 de junho de 2009

Filosofia é inspiração

Estou aqui lendo um mais um texto filosófico, no caso, Kant, e parei para me perguntar por que ler Kant, Platão, Nietzsche, entre outros é tão importante, e pensando um jeito de tornar a filosofia mais prática para que todos percebam sua importância.
Homens que transcendem sua existência e que são lembrados como homens além de seu tempo, indivíduos que mudam e transformam a sociedade e seu meio de vida para sempre, devem ser estudados, não apenas para nos deslumbrados com seus feitos, e sim para REPLICARMOS SUA FORÇA DE VONTADE. Vocês poderiam me perguntar que força de vontade? Força para ir além, força para ir contra uma ordem vigente, mais ainda, força para pensar no todo em vez de em si mesmos. Olha, tem muitos professores e estudiosos em filosofia que não percebem isto, ler filosofia não é ficar restrito a determinado pensamento ou idéia, é perceber a força transformadora por detrás das letras, das frases e do conhecimento.
O conhecimento é passageiro, a sabedoria é mutável, verdades são verdades dependendo da referência de sua realidade, mas a força de transformar é deslumbrante. Este é um ponto primordial em minha vida, a aceitação de um Deus que influencia nossas vidas é a aceitação de uma verdade. O homem não foi constituído para aceitar verdades, nossa razão é questionadora e inquisitória, ela quer sempre mais. O paraíso deve ser um saco, imaginem todos iguais, partilhando um mesmo ideal, que monotonia, não quero viver isto, não consigo enxergar o paraíso que não seja aqui mesmo na terra, temos todas as condições para o encontrarmos em cada esquina deste planeta e em cada minuto de nossas vidas.
A razão amplia nossos horizontes transformando a vida de quem tem visão ilimitada.
Chegamos ao ponto principal: o que é ser alguém diferente? Pessoas que deixam suas marcas para a eternidade são pessoas que pensam no todo, que deixam suas vidas restritas para pensar nos problemas gerais.
Acho que a força de mudar a realidade em nossa volta e de mudar o universo se for preciso está dentro de cada um de nós, temos este poder, mas preferimos ignorá-lo pela sua dificuldade de implantação. Nossos problemas cotidianos não deixam nossa visão ir além do nosso quintal, que pena, pois, todos, temos a capacidade de enxergar além de nossa cidade, país, continente, mundo, e mais importante, de nossas vidas.
O filósofo é aquele inquieto, está sempre buscando e querendo mais. Replicar esta impaciência é um dever do filósofo. Nem todos realizarão obras maravilhosas, mas a multiplicação desta força de vontade aumentará e trará mais possibilidades para o surgimento de idéias inovadoras e que poderão transformar e melhorar a realidade.
Para mudarmos o mundo e em conseqüência nossas vidas precisamos pensar além, perceber que a força da mudança está dentro de cada um de nós. Pois é, ler filosofia não é apenas admirar estes caras geniais, é também, inspiração, perceber que, todos podemos e devemos fazer a diferença.

Trilha de contradições (Revista Veja)

Eu realmente não gosto de publicar texto de terceiros, pois este espaço é para publicação de ideias dos membros da Liga, mas este texto abaixo me comoveu pelo seu excelente resumo das contradições cotidianas dos seres humanos. Vale a pena ler.

"Viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce." Já escrevi sobre essa frase. Sim, repito alguns temas, que são parte do meu repertório, pois todo escritor, todo pintor, tem seus temas recorrentes. No alto dessa escada nos seduzem novidades e nos angustia o excesso de ofertas. Para baixo nos convocam a futilidade, o desalento ou o esquecimento nas drogas. Na dura obrigação de ser "felizes", embora ninguém saiba o que isso significa, nossos enganos nos dirigem com mão firme numa trilha de contradições.
Ilustração Atômica Studio
Apregoa-se a liberdade, mas somos escravos de mil deveres. Oferecem-nos múltiplos bens, mas queremos mais. Em toda esquina novas atrações, e continuamos insatisfeitos. Desejamos permanência, e nos empenhamos em destruir. Nós nos consideramos modernos, mas sufocamos debaixo dos preconceitos, pois esta nossa sociedade, que se diz libertária, é um corredor com janelinhas de cela onde aprisionamos corpo e alma. A gente se imagina moderno, mas veste a camisa de força da ignorância e da alienação, na obrigação do "ter de": ter de ser bonito, rico, famoso, animadíssimo, ter de aparecer – que canseira.
Como ficcionista, meu trabalho é inventar histórias; como colunista, é observar a realidade, ver o que fazemos e como somos. A maior parte de nós nasce e morre sem pensar em nenhuma das questões de que falei acima, ou sem jamais ouvir falar nelas. Questionar dá trabalho, é sem graça, e não adianta nada, pensamos. Tudo parece se resumir em nascer, trabalhar, arcar com dívidas financeiras e emocionais, lutar para se enquadrar em modelos absurdos que nos são impostos. Às vezes, pode-se produzir algo de positivo, como uma lavoura, uma família, uma refeição, um negócio honesto, uma cura, um bem para a comunidade, um gesto amigo.
Mas cadê tempo e disposição, se o tumulto bate à nossa porta, os desastres se acumulam – a crise e as crises, pouca trégua e nenhuma misericórdia. Angústias da nossa contraditória cultura: nunca cozinhar foi tão chique, nunca houve tantas delícias, mas comer é proibido, pois engorda ou aumenta o colesterol. Nunca se falou tanto em sexo, mas estamos desinteressados, exaustos demais, com medo de doenças. O jeito seria parar e refletir, reformular algumas coisas, deletar outras – criar novas, também. Mas, nessa corrida, parar para pensar é um luxo, um susto, uma excentricidade, quando devia ser coisa cotidiana como o café e o pão. Para alguns, a maioria talvez, refletir dá melancolia, ficar quieto é como estar doente, é incômodo, é chato: "Parar para pensar? Nem pensar! Se fizer isso eu desmorono". Para que questionar a desordem e os males todos, para que sair da rotina e querer descobrir um sentido para a vida, até mesmo curtir o belo e o bom, que talvez existam? Pois, se for ilusão, a gente perdeu um precioso tempo com essa bobajada, e aí o ônibus passou, o bar fechou, a festa acabou, a mulher fugiu, o marido se matou, o filho... nem falar.
Então vamos ao nosso grande recurso: a bolsinha de medicamentos. A pílula para dormir e a outra para acordar, a pílula contra depressão (que nos tira a libido) e a outra para compensar isso (que nos rouba a naturalidade), e aquela que ninguém sabe para que serve, mas que todo mundo toma. Fingindo não estar nem aí, parecemos modernos e espertos, e queremos o máximo: que para alguns é enganar os outros; para estes, é grana e poder, beleza e prestígio; para aqueles, é delírio e esquecimento.
Para uns poucos, é realizar alguma coisa útil, ser honrado, apreciar a natureza, sentir o calor humano e partilhar afeto. Mas, em geral medicados, padronizados, desesperados, medíocres ou heroicos, amorosos ou perversos, nos achando o máximo ou nos sentindo um lixo, carregamos a mala da culpa e a mochila da ansiedade. Refletindo, veríamos que somos apenas humanos, e que nisso existe alguma grandeza. Mas, convencidos de que pensar dói e de que mudar é negativo, tateamos sozinhos no escuro, manada confusa subindo a escada rolante pelo lado errado.
Por Lia Luft, 29/06/2009.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita – Proposições 2º e 3º

Dando seguimento ao tema “liberdade humana” aonde começamos com a 1º de 9º proposições de Kant, descrevo abaixo um resumo das proposições 2º e 3º. Quem ainda não leu a 1º favor dar uma olhada nos artigos anteriores para melhor compreensão. Vocês podem perceber, abaixo, que Kant acredita no desenvolvimento contínuo da razão humana e das relações sociais.
Posteriormente estarei enviando as proposições seguintes da 4º a 9º.

Segunda Proposição

Como o homem é a única criatura racional no planeta, a disposição natural, ou seja, a razão ou finalidade de sua existência somente poderia ser voltada para o uso desta razão, no seu desenvolvimento e na sua amplitude.
A razão permite ao Homem ampliar suas capacidades naturais, muito além de seus instintos, e o torna um ser sem limites para o desenvolvimento de seus projetos. No entanto esta razão não é completamente desenvolvida, ela precisa de tentativas e exercícios para progredir e atingir um grau completo desta disposição natural da espécie.
Para isto o homem, como individuo, precisaria de uma vida muito longa para atingir este grau completo da razão. Então a natureza lhe tirou esta prerrogativa egocêntrica e lhe impôs uma visão coletiva para o total desenvolvimento da razão na espécie humana. A espécie necessita de uma série, talvez indefinida de gerações, para atingir a plenitude destas prerrogativas, sempre transmitindo de uma geração a outra, certo grau de desenvolvimento. Neste momento percebemos que Kant tem uma visão desenvolvimentista para a espécie humana, para ele a espécie está sempre em evolução para cima, ou seja, sempre buscando um grau a mais na adequação de seu propósito máximo.

Terceira Proposição

Nesta proposição, percebemos claramente a separação do homem dos outros animais, enquanto os outros seres vivos da terra buscam a satisfação no suprimento de seus instintos naturais, o homem não pode atingir sua felicidade sem o desenvolvimento completo de sua razão, livre totalmente de seus instintos. Enquanto percebemos que outros animais possuem dotes mais desenvolvidos para o desempenho dos instintos naturais, o homem é um ser frágil dotado apenas de sua razão para guiá-lo no seu modo de pensar. Portanto a natureza não forneceu ao homem os meios adequados de obtenção dos instintos naturais, não lhe forneceu garras, chifres ou meios adequados para satisfazer seu instinto de fome, pelo contrário dificultou sua possibilidade de uma vida tranqüila.
A natureza sensatamente buscou dificultar sua vida com o meio e com isto desenvolver outras disposições que elevasse o homem no exercício de desenvolvimento de sua própria razão.
Como isto o homem somente atingirá sua felicidade, sua potencialidade máxima com o desenvolvimento da espécie em gerações futuras, as gerações passadas apenas serviram de base para que a espécie atinja sua plenitude as gerações futuras. Os seres individuais são mortais, mas a espécie é imortal.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A crise financeira mundial (outra visão)

Na verdade temos ouvido muito a respeito desta crise e até agora acho que ninguém teve esta percepção que vou relatar abaixo, temos escutado apenas: crise no mercado imobiliário? Hipotecas? Crise bancária?
Esta crise é mais profunda que demonstram os tópicos relatados acima.
Em primeiro lugar vamos descrever como o capitalismo se desenvolveu até agora. Em 200 anos de livre mercado, o capitalismo cresceu principalmente em função da oferta, os ganhos de escala das produções em massa criaram mercados consumidores cada vez mais numerosos, trazendo para o consumo indivíduos com pouco poder aquisitivo, principalmente pela redução contínua dos preços. A microeconomia (empresas) sempre se desenvolveu criando mercado para seus produtos, ou seja, criando demanda. O empresário sempre buscou investir onde sua possibilidade de crescimento era maior, durante o século XX os investimentos, principal responsável pelo crescimento econômico, se guiou pela expansão da produção, como após a 2º guerra mundial a Europa e o Japão estavam destruídos, os investimentos seguiram para lá, desenvolvendo a região e gerando crescimento.
Entretanto, no meu ponto de vista, o capitalismo encontrou um obstáculo que ainda não tinha se deparado em sua história, o obstáculo da estagnação do mercado e da demanda em alguns países. Os EUA já tinham enfrentado alguma estagnação, mas o crescimento em outros países, após a 2º guerra mundial, o fizeram aumentar a exportação e manter o crescimento. Acontece que agora as coisas estão diferentes.
Os países desenvolvidos não conseguem mais competir globalmente, seus custos de produção atingiram níveis que não permitem competir com os países em desenvolvimento, principalmente os custos com mão de obra. Aposentadoria, seguro desemprego, encargos sociais muito altos em comparação a países que ainda não se defrontaram com estas demandas sociais. Portanto estes países não conseguem mais obter crescimento de oferta em função de exportação de seus produtos, nem do mercado interno.
O mercado interno está estagnado, estes países têm um mercado maduro, falta crescimento demográfico, a maior parte da população já é adulta e já tem praticamente suprido com todos os bens de consumo necessários para uma vida confortável, portanto a demanda está saturada.
Neste ponto começo minha visão desta crise, a microeconomia. As empresas são responsáveis pela geração de renda, emprego, impostos e são as impulsionadoras dos crescimentos dos países, entretanto, até hoje, não tinham se deparado com tamanho obstáculo, os mercados eram sempre ilimitados e era muito arriscado investir em países em desenvolvimento. Devido à falta de regras claras e de instituições fortes, estes investimentos eram arriscados demais. Os países desenvolvidos agora não têm mais para onde crescer sua produção. Pela primeira vez, estes países não têm perspectiva de crescimento da demanda, enquanto os países em desenvolvimento melhoram suas instituições, ficaram mais estáveis e hoje são um porto seguro para investimentos. Ora, como vocês perceberam, onde é mais fácil ganhar dinheiro? No país estagnado ou num país ainda em plena fase de expansão de sua demanda? Portanto o investimento fugiu para os países em desenvolvimento e com isto o crescimento econômico, o aumento de renda, etc.
Os empresários de países desenvolvidos precisam agora competir por um mercado limitado, aonde as margens tendem a ser sempre menores, precisando de muita escala de produção para ser competitivo. Com a demanda limitada, os preços tendem para baixo pressionando a oferta e reduzindo os ganhos.
Esta crise, meus amigos, é uma crise de demanda nos países desenvolvidos, e uma crise que não tem solução no curto prazo, o capitalismo nunca se deparou com isto antes, sempre conseguiu-se aumentar a demanda ou por meios de redução nos custos ou por exportação. A Europa e o Japão não crescem de forma consistente há 20 anos, seus mercados estagnaram e os investimentos fugiram para países com custos menores.
De agora em diante qualquer coisa será motivo para recessão nos países desenvolvidos, pois os investidores fugiram de lá, sem investimento eles se tornam mais vulneráveis a crises.Se você me perguntar: os países desenvolvidos serão países pobres no futuro? Eu diria que é muito cedo para uma afirmação desta, o livre mercado é como a natureza, sempre encontra um caminho a seguir, a liberdade pressupõe busca de meios de sobrevivência. Qual a solução? Não sei, alguém se arrisca?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Razão?

Tenho tido até hoje em minha vida uma certeza: que a razão sempre me levaria mais longe que a emoção, sempre tive a sensação que a emoção viria do instinto e por isto não poderia nos trazer nada melhor que a razão.
A emoção enfraquece o homem, o torna mais fraco, o torna animal outra vez. A fuga do instinto traria o homem à razão e a transcender do corpo, da matéria e tornando-o um Deus.
Mas fico aqui imaginado um homem apenas com razão e não consigo chegar a um resultado, no mínimo, satisfatório, acham mesmo que a razão tornaria o homem melhor? Pode ser, mas ela sozinha não nos levaria a lugar nenhum, falta algo que impulsione esta razão, que a faça transcender nossas vidas, nosso mundo e nos aproximarmos das estrelas e do universo. O homem é sempre inquieto, sempre quer mais, e isto não me parece racional.
O homem não seria nada sem algum sentimento que o faça se deslumbrar com as coisas a sua volta, esta vontade de fazer um mundo melhor, fazer algo a mais. Isto não pode vir da razão, ela nos diria que não precisamos disto. A inquietude de sempre querer mais, de sentir mais, de conquistar mais, de tornarmos mais que somos, vem de outra coisa, vem da paixão, da paixão de querer mais, de buscar mais, de viver mais, de realizar mais, de nos tornar melhores.
A paixão nos move, nos faz ultrapassar os obstáculos, ela nos transforma em seres humanos, neste complexo ser que mistura razão e emoção, se esta paixão vem de Deus? Não sei, e no momento não me interessa saber de onde vem, mais que ela nos torna melhores, isto me parece claro.
Sem a paixão pela vida, o homem não realizaria nada, para que realizar? A razão nos diria que o conhecimento basta, que poderíamos ser felizes sem querer sempre mais e mais. Mas não, o ser humano nunca se cala, nunca se conforma, nunca pára. A paixão nos torna inquietos e isto nos move.
Pois é, a paixão pela vida me contagiou hoje e espero que não me largue nunca mais. Esta vontade de querer sempre mais, de aprender mais, não é racional, na verdade é totalmente irracional. Foi difícil admitir isto, mas tenho é paixão pelas coisas a minha volta e a consciência disto me tornará mais forte e apaixonado, para que? Para buscar mais, conhecer mais e tornar o mundo a minha volta melhor.
Viva a razão com paixão.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Aproveite bem o seu dia (Revista Exame)

Por Adriano Silva 04/06/2009 - 14:00
Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôoda Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer amelhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha paraa morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazerqualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você quetinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones deouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segundataça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvezvocê tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminavaali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Comose jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandiros negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade deexpressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação àaposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chancesde sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras acada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você dependemais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com vocêinfeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, suatorcida para que seu time faça uma boa temporada, o tesão que você sentepela ascensorista com ar triste. Suas noites de insônia, essa sinusite quevocê está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar àacademia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amorese dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenosproblemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assimque tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado.Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladastenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais.Fim.Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentospossíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer.Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultiveamarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo.Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje.Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o hoje.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Seremos todos Cyborgs

Gostaria de comentar a entrevista do professor e escritor Raymond Kurzweil a Veja onde afirma: "Por volta de 2030, um computador comum será mil vezes mais poderoso que o cérebro humano".
Esta discussão da máquina superando o ser humano começou há alguns anos atrás com o desenvolvimento da computação, inclusive vários filmes já discutiram o tema, mas sempre que comento isto em algum grupo de amigos, sempre viro o centro das piadas e gargalhadas. Seguindo esta entrevista e a mais recente publicada na revista Info deste mês sobre a inteligência artificial; vou me alongar mais neste assunto.
Imagine quando descobrimos que as estrelas eram outros sistemas solares, que a chuva era um processo natural do ciclo da água, que os raios eram processos químicos que acontecem dentro das nuvens, ou seja, que DEUS não está por aí alterando nem influenciando nossas vidas (nada ainda foi provado contra isto). Cientistas são pessoas que pesquisam e descobrem os eventos naturais e até hoje não encontram nenhum sinal de Deus debaixo de alguma pedra, o que quero dizer é que se nossos pensamentos decorrem de processos e interações entre nossos neurônios, ou seja, o pensamento e memória são processos materiais e não espirituais, então vamos conseguir construir uma máquina capaz de igualar e de ultrapassar, em muito, o cérebro humano, as conseqüências disto? Vamos deixar para outro artigo neste blog, o que quero neste momento, é pensar um mundo com a inteligência artificial.
Imaginem uma máquina capaz de memorizar e guardar todo o conhecimento humano até hoje e de processá-lo mil vezes mais rápido que nós. Significaria que nossos estudos, pesquisas e conhecimento do universo cresceriam de forma exponencial.
Seria tão difícil imaginar uma máquina pensando, e provavelmente, de maneira mais rápida que nós? Porque não? Acho que este século será o momento da inteligência artificial, ela irá alterar nossa forma de viver, de interagir com o mundo, de pensar, de rezar (risos), ou seja, tudo irá mudar após este acontecimento.
Vamos pensar um pouco sobre isto e comentar.
Outra coisa, lembram-se da teoria da evolução? Seres mais aptos ao meio sobreviverão sobre os menos aptos. Máquinas não precisam de comida (cada vez mais escassa), não precisam de ar puro (poluição mundial), nem das alterações climáticas (aquecimento global), além disto, serão mais inteligentes, não sofreram enfermidades, etc. Quem irá sobreviver depois?
Não estou prevendo uma guerra entre humanos e máquinas, acho que será algo bem mais natural, eles são mais aptos para o mundo a seguir.
Já estamos em extinção...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita – Immanuel Kant (1º Proposição)

Neste último final de semana tivemos discussões e debate sobre a liberdade humana, até onde vai? Quais nossos limites? Para isto sugeri um estudo da idéia de liberdade em Kant, ao longo das próximas semanas, publicarei um resumo das 9 º proposições da “Idéia de uma história de um ponto de vista cosmopolita”.
Neste texto Kant procura estabelecer o fio condutor para um propósito humano na natureza, como ele próprio diz: “Um propósito da natureza que possibilite, todavia uma história segundo um determinado plano da natureza para criaturas que procedem sem um plano próprio”.
Para Kant a liberdade da vontade humana permite ao homem, individualmente, uma disposição irregular de desejos e ações que não permitem estabelecer um padrão ou curso regular de sua história, mas que coletivamente podemos perceber um padrão regular das disposições humana originais.
Agindo individualmente, buscando propósitos particulares, o homem, inadvertidamente, trabalha para a realização da raça humana, como um fio condutor de uma proposição natural de sua espécie, mesmo desconhecendo tal propósito.
Partindo deste fio condutor e tentando explicar a filosofia da história humana, Kant, estabeleceu algumas proposições nesta tentativa, conforme analisamos a seguir.
Na verdade percebo neste texto que Kant procura debater com Russeau sobre esta "liberdade". Para Russeau o homem livre é o homem em seu estado natural que ainda não foi corrompido pela sociedade, o homem que vive sozinho que procura apenas seu alimento para sobreviver, que não tem ambições de status sociais, este homem seria livre. Neste ponto começa a crítica de Kant, o homem, com seu propósito de sabedoria, por isto homo sapiens, é um ser social, o homem sozinho em seu estado natural é apenas mais um animal, não atingiria suas potencialidades. Para Kant a sociedade regula o homem, exigindo dele que seus propósitos sejam atingidos, levando-o a razão pura.
Acho bem interessante a apologia de Kant a vida em sociedade: "uma arvore plantada em um campo livre, cresceria e se desenvolveria de forma torna, com galhos espalhados para todos os lados, provavelmente uma arvore feia e sem atingir suas formas perfeitas, já quando plantada junto a outras, numa floresta, a mesma teria sua liberdade limitada pelo espaço das demais e assim cresceria de forma perfeita atingindo seu potencial máximo. O homem em sociedade é um homem sábio, o homem em estado natural é apenas mais um animal. Gosto muito desta afirmativa de Kant, o que acham?

Primeira Proposição

Para Kant, todas as criaturas têm uma razão para sua existência e estão destinadas a desenvolver completamente esta razão conforme seu fim. A natureza seria regulada por uma razão e, portanto todos os seres ali contidos deveriam possuir um resquício desta razão, ou seja, deve ter um propósito e conseqüentemente ser regulado por leis.
A natureza, assim como os seres nela contido, possui uma finalidade. Esta determinação da vida seria o fio condutor da razão.
Vale ressaltar que quando falamos de razão para a existência, Kant não estava se referindo a um destino divino, acredito que estava referindo-se a uma razão natural, provavelmente baseada em leis naturais sobre a existência da raça humana.